
Em uma noite mágica e que promete encantar o público, o Teatro Municipal Braz Cubas será palco de mais um concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, hoje (24), às 20h30. Com entrada gratuita, a apresentação do concerto de abril traz duas obras-primas do século XX: o Concerto para Piano nº 3, de Sergei Prokofiev, e a Sinfonia nº 5, de Ralph Vaughan Williams. A regência é do maestro Luís Gustavo Petri, com participação especial da renomada pianista uzbeque Olga Kopylova como solista.
Segundo o maestro, as obras escolhidas, embora contrastantes em estilo, são marcos do repertório sinfônico moderno. “O concerto de Prokofiev é brilhante, tecnicamente desafiador, mas muito agradável de ouvir. Já a sinfonia de Vaughan Williams é profundamente contemplativa, com uma atmosfera quase mística”.
Composto em 1921, o Concerto nº 3 é uma das peças mais populares e virtuosas de Prokofiev. A obra mescla lirismo, humor e energia rítmica em um diálogo intenso entre o piano e a orquestra. Para interpretá-la, a solista convidada é Olga Kopylova, natural do Uzbequistão (antiga União Soviética). Discípula das prestigiadas Tatiana Galitzkaya e Liudmila Roshina, representantes da escola pianística de Samuil Feinberg, Olga atuou por mais de duas décadas como pianista titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).
Além da carreira internacional, Olga tem uma relação próxima com Santos, frequentemente participando da programação cultural da Pinacoteca Benedicto Calixto. “Ela já deu cursos, se apresentou e, no ano passado, integrou a banca do concurso da Pinacoteca de piano. Conversando, surgiu o desejo de realizar esse concerto. Ela queria muito tocar essa peça”, conta o maestro Petri. “É um sonho realizado, porque é raro encontrar quem tenha tanto domínio e disposição para interpretá-la. Vai ser uma noite especial”.
Na segunda parte do programa, a orquestra interpreta a Sinfonia nº 5 de Vaughan Williams, composta em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial. Fortemente influenciada por temas da música inglesa antiga, a obra oferece uma “viagem sonora” em quatro movimentos, marcada por um tom sereno e meditativo.
“Ao contrário da Sinfonia nº 4, que é tensa e barulhenta, essa tem um espírito celta, introspectivo. Ela transmite uma paz rara. É pouco tocada, por ser complexa e menos apelativa ao grande público, mas é belíssima”, explica o maestro. Ele destaca ainda a influência da obra na música de cinema. “Quem gosta de filmes de época vai reconhecer essas atmosferas — compositores como Vaughan Williams foram inspiração direta para os grandes nomes das trilhas sonoras contemporâneas”.
O maestro destaca o contraste entre as duas peças como um dos pontos altos da noite. “A primeira obra é vibrante, cheia de energia. A segunda convida o público a fechar os olhos e se deixar levar. Ambas são difíceis de executar, mas recompensadoras. O maior desafio é entender o contexto em que foram compostas e transmitir isso ao público de hoje”.
Os ingressos gratuitos podem ser retirados na bilheteria do Teatro Municipal, a partir das 19 horas.
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