Saúde

Pesquisa mostra aumento de ISTs entre os jovens

20/10/2023
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De 2011 a 2021, os casos de Sífilis aumentaram 800%, conforme notificações do Ministério da Saúde. Na faixa etária de 15 e 19 anos, foi ainda mais alarmante: subiu 1.109%, com predomínio das mulheres, alerta pesquisa de estudantes de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB). O cenário de propagação das ISTs requer uma abordagem educacional e de saúde pública mais abrangente, indica o estudo.

Embora a pesquisa aponte redução de 6,79% nos casos de HIV na população geral, entre os adolescentes, a doença cresceu cerca de 18%, com alta notável de 111% nos diagnósticos do sexo masculino e diminuição de 44% do sexo feminino. Em relação à hepatite B, os números mostram redução de 53% no número de casos gerais. Na faixa etária entre 15 a 19 anos, houve redução maior, de 88% entre o sexo masculino e cerca de 86% entre o feminino.

De acordo com o orientador, o professor de Medicina do CEUB Gerson Pereira, o aumento dos casos de ISTs entre jovens é atribuído a fatores interligados: comportamentos de risco (como a falta de uso de preservativos e múltiplas parcerias sexuais), a falta de educação sexual, a falsa sensação de segurança e o uso de drogas. Também preocupa o desconhecimento sobre os sintomas das doenças, que podem levar a práticas sexuais desprotegidas, e o diagnóstico tardio, já que os jovens não costumam buscar testes e tratamento oportunos.

O estudo mostra a falta de efetividade na implementação das políticas de educação sexual nas instituições de ensino. Como ações de educação em sexualidade, as autoras da pesquisa, Jéssica Maggioni e Luana Albuquerque (20), sugerem a promoção de campanhas na mídia, rodas de conversas entre pais e mestres e a capacitação de educadores, garantindo informações adequadas sobre saúde sexual e reprodutiva aos adolescentes.

Base de Dados

O estudo utilizou dados epidemiológicos da plataforma “Tab Net”, fornecida pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Sistema Único de Saúde (SUS), e boletins do Ministério da Saúde, no período de 2011 a 2021.