Fronteiras da Ciência

Pensando na coletividade

03/06/2022
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Um casal de velhos vivia no pé de uma colina. Não tinham filhos e moravam longe da família. Plantavam parreiras, diferentes tipos de árvores e ervas.

Certo dia, passaram por lá um mestre e seu aluno. O jovem estranhou ver um casal tão velho plantando parreiras.

-Mestre -disse o rapaz -por que aquele homem e aquela mulher estão plantando parreiras se eles provavelmente não viverão o bastante para saborear as uvas?

O mestre esboçou um sorriso e disse:

-Por que você não pergunta a eles?

Cheio de ansiedade, foi o jovem indagar:

-Por que vocês estão plantando parreiras nessa idade? Vocês acreditam que irão comer as uvas que elas darão, daqui a alguns anos?

O homem olhou para a mulher, depois olhou para o alto da colina, onde ambos haviam plantado, anos atrás, carvalhos e outras árvores que agora davam sombra aos que passavam por ali.

Estendeu a mão para ela, que entrelaçou seus dedos nos dele, e disse:

-O que é bom, nunca se perde.

O rapaz não entendeu bem o sentido, agradeceu, deu meia volta e retornou para perto do mestre, contando afobadamente o que tinha escutado.

Quando ouviu o relato, o mestre disse:

-Esse casal, provavelmente, haverá de saborear as uvas daquelas parreiras.

E foram seguindo pela estrada enquanto o casal de idosos abria uma nova cova para plantar outra muda, sem se importar se viveriam o bastante para poder usufruir de sua sombra ou de seus frutos.

[com base em textos de Gioia Timpanelli e Charles e Annie Simpkinson]

Pessoas que realizam coisas boas, pelo simples prazer de fazer o bem, possuem ampliada capacidade de amar. Superaram o egoísmo.

Quando fazemos algo pensando no bem comum, na melhoria de vida para a coletividade, sem nos focarmos apenas em nós ou em nosso círculo familiar e de amizade, deixamos uma marca positiva no mundo.

Todo o bem que for concretizado não se perde. Mesmo que ninguém na Terra jamais saiba o que fizemos, que não recebamos elogio ou agradecimento, Deus vê tudo e sabe o que existe no íntimo de nossos corações.

Na atualidade, usufruímos de coisas que foram idealizadas, construídas no passado, por pessoas que não visavam apenas o presente.

Quando o egoísmo perder força e o amor e a caridade forem a mola propulsora da Humanidade, a Terra será um verdadeiro paraíso.

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