Saúde

Pandemia ainda não acabou

11/03/2022
Breno Esak/Agência DF

Infectologista alerta que, apesar de terem diminuído, número de mortes e internações continua alto

A redução do número de mortes, internações e casos mais graves de covid-19 estão dando a falsa sensação de que a pandemia já acabou. A infectologista Elisabeth Dotti alerta que, apesar de a quantidade óbitos diários ter reduzido, a situação ainda é grave. “Tínhamos 3 mil mortes por dia, mas hoje temos 500. São dois aviões lotados caindo todo dia”, compara.

“É um momento em que começamos a ver uma luz no fim do túnel, mas não é hora de afrouxar e fazer bagunça”, avalia.

Sequelas
A infectologista alerta também para as sequelas entre os sobreviventes da covid-19. “É como se começasse uma outra doença, que teoricamente não teria a ver com a primeira, por os sintomas não são os mesmos e que o paciente vai carregar por meses. Até um ano, um ano e meio, dependendo de como o organismo de cada um vai reagir”, explica.

“É igual aquela música da Xuxa: cabeça, ombro, joelho e pé”, brinca, acrescentando, em tom mais sério: pânico, estresse, ansiedade, angústia, insônia, pesadelos, ideia perturbada, perda de memória, dor de cabeça, enxaqueca, alteração do paladar e do olfato, tosse ou pigarro que não melhoram, cansaço, mal estar, arritmia cardíaca, pressa alta, pressão baixa, crise de glicemia, enjoos persistentes, dores em articulações, problemas renais”, relaciona.