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Operação resgata mais de 590 trabalhadores

29/08/2024
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A Operação Resgate IV, realizada entre julho e agosto de 2024, resultou na libertação de 593 trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão. Esse número representa um aumento de 11,65% em relação ao ano anterior. A operação envolveu mais de 23 equipes de fiscalização que realizaram 130 inspeções em 15 estados e no Distrito Federal, com o objetivo de combater o trabalho escravo e o tráfico de pessoas no Brasil.

As operações foram coordenadas por uma colaboração entre o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Federal (MPF), as polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), e a Defensoria Pública da União (DPU). A ação intensiva ocorreu entre 19 de julho e 28 de agosto e revelou dados alarmantes sobre o cenário do trabalho escravo no país.

Minas Gerais liderou o número de resgates, com 291 trabalhadores libertados, seguido por São Paulo com 143 e Pernambuco com 91. A maior parte dos resgatados, cerca de 72%, estava envolvida com a agropecuária, enquanto 17% atuavam na indústria e 11% no comércio e serviços. Entre as atividades rurais com maior incidência de trabalho escravo destacam-se o cultivo de cebola e alho, além da horticultura e café. Na área urbana, as indústrias de fabricação de álcool e administração de obras foram os principais focos.

Casos incluíram a utilização de transporte terrestre, aéreo e fluvial em Mato Grosso do Sul para resgatar 13 paraguaios de condições degradantes em carvoejamento e confecção de cercas. Em Pernambuco, 18 trabalhadores foram resgatados de uma clínica para dependentes químicos, onde realizavam tarefas compulsórias. Minas Gerais também teve a descoberta de 59 trabalhadores em condições análogas à escravidão.

A coletiva de imprensa realizada no dia 29 de agosto detalhou os resultados da operação, que garantiu cerca de R$ 1,91 milhão em verbas rescisórias aos trabalhadores, com um total estimado de R$ 3,46 milhões a ser pago. O MPT e a DPU têm assegurado os direitos dos resgatados, enquanto o MPF e a PRF intensificam as investigações e o suporte às operações.