Política

Onde estavam Abin, Batalhão da Guarda Presidencial e GSI?

09/01/2023
Marclo Camargo/ABr

Postura de agentes de estado torna ataques terroristas ainda mais graves

O que torna mais graves os ataques terroristas ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e  Supremo Tribunal Federal é a postura de agentes de estado que deveriam agir para combater os baderneiros.

A destruição dos prédios, o patrimônio material que abrigam e o simbolismo que representa é uma consequência de uma série de ações e omissões de órgãos governamentais. E não se resumem ao governador do Distrito Federal, Ibanês Rocha; o seu secretário de Segurança Pública, Anderson Torres; ou o comandante da Polícia Militar da capital brasileira.

É preciso denunciar a ação (ou falta dela) de órgãos governamentais da esfera federal, já subordinados ao novo governo: Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) e Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

É fundamental que se saiba por que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não acompanhou e alertou para as movimentações dos golpistas. A convocação de golpistas para as invasões estavam escancaradas nas redes sociais bolsonaristas.

Mais importante ainda: por que o comando do Exército não mobilizou o Batalhão de Guarda Presidencial (BGP), que se apresenta como “a unidade militar mais antiga do Exército Brasileiro”, ANTES da invasão do Palácio do Planalto?

Em outros episódios, como este em 2017, Batalhão de Guarda Presidencial foi acionada para proteger Palácio do Planalto

 

Em diversos outros episódios, em outros mandatos presidenciais, quando se avaliou que a sede do Poder Executivo federal estava sob risco, o BGP, também conhecido como Batalhão Duque de Caxias (patrono do Exército), agiu pronta e energicamente —a ponto até de ser acusado de truculência.

Não foi o que aconteceu neste domingo, 9 de janeiro.

A barbárie também evidencia que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) continua contaminado pelo bolsonarismo, apesar de estar sob nova direção. Os fatos indicam que o novo comandante, general Gonçalves Dias, não tem controle do órgão, que até 31 de dezembro era comandado pelo general Augusto Heleno, um dos mais virulentos entusiastas do bolsonarismo e suas ideias golpistas.

É preciso que o novo governo assuma as rédeas da situação o quanto antes, inclusive identificando comportamentos e responsabilizando seus autores. As instituições brasileiras não pode ser vítimas dos órgãos que deveriam protegê-las.

 

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