A obra do pesquisador, autor, dramaturgo e diretor Carlos Alberto Soffredini, que dá nome à sala de espetáculos do Teatro Guarany, fará parte do acervo da escola de artes e das oficinas de teatro municipais de Santos.
Na noite de quarta-feira (14/7), a filha desse santista, referência na dramaturgia, Renata Soffredini, doou 900 exemplares de livros com textos do seu pai à Secretaria de Cultura (Secult).
“Ano passado fez 20 anos que ele não está mais entre nós. E para celebrar o nome e o trabalho e, também, apresentá-lo a uma nova safra de atores, artistas e pensadores da cultura, eu fiz a doação”, disse Renata.
Os livros integram a coleção Soffredini Obras Principais, composta por quatro textos do autor santista, considerado pela crítica como um dos nomes mais importantes do teatro no século 20. Agora os exemplares estarão à disposição dos estudantes de teatro da Escola de Arte Cênicas (EAC) Wilson Geraldo e do projeto Fábrica Cultural.
Soffredini
Nascido em Santos em 1939, Carlos Alberto Soffredini se graduou em Letras na Faculdade de Filosofia de Santos. Lá, participou de um grupo amador como diretor e autor. Em 1967, seu texto ‘O Caso Dessa tal de Mafalda que Deu o que Falar e que Acabou como Acabou, num Dia de Carnaval’ conquistou o prêmio do Serviço Nacional de Teatro. Soffredini construiu sua carreira como diretor e dramaturgo, funções que costumava acumular nos projetos que realizava, tendo como premissa a pesquisa da cultura popular brasileira na década de 1970.
Formou-se ator pela Escola de Arte Dramática (EAD), onde dirigiu, em 1972, ‘Mais Quero Asno que me Carregue que Cavalo que me Derrube’, uma adaptação de ‘A Farsa de Inês Pereira’, escrita por Gil Vicente. A partir desse ponto, o dramaturgo foi convidado a dirigir muitas peças como ‘Farsa do Cangaceiro, Truco e Padre’, de Chico de Assis.
No cinema, foi premiado com o Kikito do Festival de Gramado de 1985 pelo roteiro de ‘A Marvada Carne’, de André Klotzel. Junto com Walter Avancini, escreveu a novela ‘Brasileiras e Brasileiros’.
Soffredini escreveu mais de 20 peças, muitas delas premiadas e remontadas. Como autor, ele sempre se lançou à experimentação e foi reconhecido por transpor histórias populares para o teatro, buscando a revelação do universo poético presente em seus conteúdos.