Silêncio dentro da alma, significa que os pensamentos devem emudecer de quando em vez.
Uma reunião com índios americanos revela um ensinamento importante e urgente.
Agrupados os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Todos calados à espera do pensamento essencial.
Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem.
Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais.
Esses pensamentos são estranhos aos demais. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se alguém falar logo a seguir, são duas as possibilidades que se pode pensar.
1) quem falou está dizendo: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua fala.”
2) “Ouvi o que você falou, mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.”
Em ambos os casos, está se chamando o outro de tolo. O que é pior do que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.”
Não basta o silêncio de fora. É preciso o silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz silêncio dentro, começa-se a ouvir coisas que não se ouvia.
[com base na Redação do Momento Espírita]
Muitos são os cursos oferecidos pelo mundo afora, pretendendo ensinar a falar. Ter uma boa oratória é fundamental nos dias de hoje.
Mas será que apenas saber falar é suficiente? Não estamos esquecendo o que vem antes? Não estamos esquecendo de aprender a ouvir?
Não existem cursos de “escutatória”, é certo, mas aprender a ouvir corretamente é de suprema importância.
A postura humilde de quem ouve, de quem presta atenção nas palavras do outro, do que o outro diz ou não diz, é a postura da pessoa de bem.
Ninguém se educa, ninguém cresce, se não aprende a escutar.
Alberto Caieiro dizia que não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma.
Silêncio dentro da alma, significa que os pensamentos devem emudecer de quando em vez.
As ideias preconcebidas, a tal “maneira como sempre pensei”, devem calar um pouco, e considerar algo distinto, saborear o novo.
Que possamos aprender a ouvir mais, a respeitar mais a opinião do outro, e assim aprender com todos, independente se sabem mais ou menos do que nós.
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