
Você já sabe o que vai fazer nesse feriado prolongado? Se ainda não decidiu, aqui vai uma dica imperdível! O espetáculo Radojka – Uma Comédia Friamente Calculada desembarca no Teatro Municipal de Santos nos dias 3 e 4 de maio.
A história gira em torno de duas cuidadoras de idosos que se veem em uma situação inusitada: para manter os empregos, elas precisam esconder o desaparecimento da misteriosa Radojka — uma idosa sérvia que, curiosamente, ninguém nunca viu. E para te dar mais motivos para não perder essa peça, a atriz e humorista Fabiana Karla bateu um papo exclusivo com o Jornal da Orla, falando sobre os bastidores da montagem e o carinho do público por onde a turnê passa.
O que mais te atraiu no texto de Radojka quando recebeu o convite para integrar o elenco?
O que mais me atraiu foi justamente a proposta inusitada da história. A peça tem um humor diferente, cheio de camadas, e traz personagens muito humanos, cheios de falhas e improvisos. Me instigou a vontade de dar vida a uma mulher real, cheia de dilemas, mas ainda assim capaz de provocar muitas risadas.
A peça tem uma trama inusitada e até um pouco sombria, mas com muito humor. Como foi equilibrar esses dois tons em cena?
Foi um exercício delicioso! A minha personagem vive situações absurdas, mas o segredo foi encarar tudo com muita verdade. A comédia acontece justamente porque essas personagens estão levando aquelas situações a sério, mesmo sendo completamente fora do normal. O humor surge desse contraste.
Você contracena com Tânia Bondezan. Como tem sido essa troca entre vocês no palco?
Um presente! A Tânia é uma atriz generosa, atenta, que me inspira o tempo todo. A nossa troca é muito viva, e isso deixa cada sessão diferente. A gente se diverte muito juntas em cena, e o público sente essa conexão.
A história envolve uma certa crítica social sobre o mercado de trabalho e o cuidado com os idosos. Você enxerga camadas mais profundas por trás da comédia?
Sem dúvida! Embora a gente ria muito, Radojka fala sobre temas sérios, o abandono, a precarização do trabalho, a solidão dos idosos. Existe uma crítica embutida, mas de uma forma muito leve e acessível. E isso, para mim, é uma das forças da peça.
A montagem brasileira de Radojka tem alguma adaptação cultural para o nosso público ou segue fiel ao original uruguaio?
A nossa versão tem sim algumas adaptações para aproximar ainda mais o público brasileiro da história. Respeitamos o espírito do texto original, mas demos um tempero nosso, uma “brasilidade” que deixou tudo ainda mais divertido e próximo da nossa realidade.
Como foi trabalhar com a direção de Odilon Wagner?
Maravilhoso! O Odilon tem um olhar muito sensível para a comédia, mas também para as nuances dos personagens. Ele nos deu muita liberdade para criar, mas sempre nos guiando para manter o equilíbrio certo entre o humor e a emoção.
A personagem Radojka nunca aparece, mas está sempre presente. Como é construir a presença de alguém que não está em cena?
Foi um desafio incrível! A Radojka é quase como uma sombra que paira sobre nós o tempo todo. A gente constrói a presença dela através das falas, das reações, da tensão entre as personagens. Ela é tão forte que parece estar em cena, mas quem sabe ela aparece em algum momento? (risos)
O humor da peça parece flertar com o absurdo. Você acredita que esse tipo de comédia tem ganhado mais espaço no teatro brasileiro?
Sim. O público tem se aberto cada vez mais para um humor que faz pensar, que é inteligente e ao mesmo tempo popular. O absurdo nos permite rir de situações limites, e, num mundo tão caótico como o que vivemos, às vezes é uma forma de respiro, de catarse.
Quais têm sido as reações do público até agora? Algum comentário ou situação te marcou em especial?
O público tem recebido a peça com muito carinho! Riem, se emocionam e saem comentando as camadas da história. Por exemplo, teve uma menina que levou a mãe dela, que faria uma cirurgia na semana seguinte, com o intuito de se divertir e fazer a mãe rir antes do procedimento. E tem várias outras histórias… Tem gente que até pergunta se a gente quer ser cuidadora de gente chata!
Além do riso, o que você espera que o público leve para casa depois de assistir a Radojka?
Eu espero que eles levem uma reflexão leve, mas profunda, sobre o valor das relações humanas. Que saiam pensando na importância da empatia, da amizade, da solidariedade… e que percebam que, mesmo nas situações mais malucas, o ser humano ainda pode surpreender.
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