Daí a importância da autoridade moral, tão esquecida e ao mesmo tempo tão necessária, na construção de uma sociedade mais justa e digna.
Era uma tarde de domingo ensolarada.
Carlos aproveitou para levar seus dois filhos no circo. Acompanhado pelos meninos dirigiu-se à bilheteria e perguntou:
-Quanto custa a entrada?
O bilheteiro respondeu prontamente:
-São 50 reais para o senhor e para qualquer criança maior de 6 anos. A entrada é grátis se eles tiverem 6 anos ou menos. Quantos anos eles têm?
Carlos informou que o menor tinha 3 anos e o maior, 7.
O rapaz da bilheteria falou com ares de esperteza:
-O senhor acabou de ganhar na loteria, ou algo assim? Se tivesse me dito que o mais velho tinha 6 anos eu não saberia reconhecer a diferença. Poderia ter economizado 50 reais.
O pai, sem se perturbar, disse:
-Sim, você talvez não notasse a diferença, mas as crianças saberiam que não é essa a verdade.
Sem a consciência que Carlos tinha da importância de sermos verdadeiros em todas as situações do cotidiano, muitos de nós apresentamos uma realidade distorcida aos nossos filhos.
[com base na Red. do Momento Espírita]
Tantas vezes, para economizar pequena soma em moedas, desperdiçamos o tesouro do ensinamento nobre e justo.
Desconsiderando a grandeza da integridade e da dignidade humana, permitimos que esses valores morais sejam arremessados fora, por muito pouco.
Nesses dias de tanta corrupção e desconsideração para com o ser humano, vale a pena refletir sobre os exemplos que temos dado aos nossos filhos.
Às vezes, não só mentimos ou falamos meias-verdades, como também pedimos a eles que confirmem diante de terceiros as nossas inverdades.
Agindo assim, estaremos contribuindo para a construção de uma sociedade moralmente enferma.
Pensamos que pequenas mentiras não farão diferença, na formação do caráter dos pequenos, mas isso é mera ilusão, pois cada gesto, cada palavra, cada atitude que tomamos estão sendo cuidadosamente observadas e imitadas pelas crianças que nos rodeiam.
Daí a importância da autoridade moral, tão esquecida e ao mesmo tempo tão necessária, na construção de uma sociedade mais justa e digna.
E autoridade moral não quer dizer autoritarismo. Enquanto o autoritarismo dita ordens e exige que se cumpra, a autoridade moral arrasta pelo próprio exemplo, sem perturbação.
A verdadeira autoridade pertence a quem já conquistou a si mesmo, domando as más inclinações e vivendo segundo as regras de bem proceder.
Dessa forma, o exemplo ainda continua sendo o melhor e mais eficaz método de educação.
…
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete a linha editorial e ideológica do Jornal da Orla. O jornal não se responsabiliza pelas colunas publicadas neste espaço.