Fronteiras da Ciência

O divórcio

09/06/2023
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Estavam casados há 19 anos. Tinham um filho.

Numa manhã de primavera, o marido pediu o divórcio. Confessou já ter outra companheira com quem bem se entendia e desejava viver.

A esposa ficou chocada, mas em vez do escândalo que ele esperava, ela simplesmente lhe pediu para aguardar 30 dias.

E, como cláusula adicional para o deixar seguir sua vida, lhe exigiu que, durante aquele período, a cada manhã, ele a transportasse em seus braços do quarto para a sala de jantar.

Que são 30 dias para quem poderia gozar a liberdade depois?

No dia seguinte, ele a transportou do quarto para a sala de jantar e saiu para o trabalho. Quando retornou à noite, ela estava sentada à mesa e escrevia.

Assim foi no segundo e nos demais dias. No 21º. dia, quando ele a apanhou nos braços, ela recostou sua cabeça no ombro dele.

Aquilo o fez recordar dos dias primeiros da união matrimonial. Uma doce lembrança o envolveu, mas jogou longe os pensamentos.

No 25º. dia, quando ele a estava levando para a sala de jantar, o filho os surpreendeu e comentou:

-Olha o casalzinho namorando.

Aquilo mexeu com ele. Faltavam somente 5 dias para sua liberdade.

Mas ele começara a sentir algo estranho dentro dele. Já não tinha tanta certeza se desejava mesmo ficar com a outra mulher.

Os dias do namoro, o romantismo dos primeiros anos povoava sua mente.

Ele passou a se dar conta que, a cada dia, a esposa estava mais leve.

No último dia, ele desfez o compromisso com a outra companheira. Ela ficou muito zangada e o despachou.

Ele comprou flores no caminho. Entrou cantando em casa. Mas a esposa não estava na sala, como habitualmente.

Ela estava deitada no quarto, então foi beijá-la. Sentiu-a gélida, estava morta.

Sobre a mesa de cabeceira, um envelope nominado a ele. Abriu-o e começou a ler. Era uma longa carta, aquela que ele a vira escrever, dia após dia.

Entre lágrimas leu que, no dia em que ele lhe pedira o divórcio, ela havia se preparado para lhe dizer do diagnóstico que recebera.

E de que teria somente 30 dias de vida. Por isso, para que ele não se sentisse culpado e ficasse verdadeiramente livre, ela pedira aquele prazo e a atenção toda manhã.

Agora, ele estava livre para buscar o amor que desejava. Ela se fora.

O homem chorou muito a perda do seu grande amor. Um amor que, mesmo não mais sendo amado, pensara nele, na sua felicidade.

[com base em fato narrado por Divaldo P. Franco e na Red. do Momento Espírita] 

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