O estilo de pilotagem de Bird Clemente era marcado pelo controle das derrapagens, algo ousado pelos demais pilotos da época
No último domingo, dia 1º de outubro, perdemos Bird Clemente, uma lenda do automobilismo brasileiro. Sua paixão pelas pistas e seu talento excepcional sempre o destacaram como uma figura inspiradora no mundo do automobilismo. Ele era um preservador da história do automóvel tanto pelo que fez nas pistas quanto em sua participação assídua nos eventos de veículos antigos.
Bird Clemente foi um dos maiores conhecedores da pista de Interlagos (SP). Ele foi o primeiro piloto profissional do automobilismo brasileiro. Seu nome foi em homenagem ao almirante norte-americano Richard Byrd, pioneiro de explorações polares.
Junto de seu grande amigo Luiz Pereira Bueno e João Batista Carneiro, a estreia de Bird nas corridas veio em 1957, na segunda edição das 1000 Milhas Brasileiras. A bordo de um Fiat Milecento, Clemente teve apenas a oportunidade de treinar com o carro, que acabou quebrando no começo da prova. Seu estilo de pilotagem era marcado pelo controle das derrapagens, algo que era visto como ousado pelos demais pilotos da época.
Ao longo da carreira, o brasileiro assumiu diversos carros da Vemag e da Simca. A mudança para a Willys, onde se tornou o primeiro piloto do país a receber salários, veio em 1963; pela equipe, marcaria época com os Willys Interlagos, baseados em compactos europeus. Nos anos 60, Bird foi o “professor” de três nomes que chegariam à F1: José Carlos Pace e os irmãos Emerson e Wilsinho Fittipaldi. Ao longo da carreira, acumulou vitórias como nas 24 Horas de Interlagos, em 1970, e nas 1000 Milhas Brasileiras, no ano seguinte.
Como dizem, lendas nunca morrem. O nome Bird Clemente jamais será esquecido e seu legado ainda irá acelerar as memórias daqueles que os admiravam e os que ainda conhecerão suas histórias. Vai com Deus, Bird Clemente!
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