Estreitar os laços com as cidades é uma das prioridades designadas pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, à nova diretoria da autoridade do Porto de Santos, que tomou posse nesta quinta-feira (20).
Foram confirmados o advogado Anderson Pomini como diretor-presidente; a advogada Bernadete Bacellar do Carmo Mercier como diretoria de Administração e Finanças; e os engenheiros Carlos Magano (Infraestrutura), Eduardo Lustoza (Desenvolvimento de Negócios e Regulação), e Antônio de Pádua de Deus Andrade (Operações).
“O Porto de Santos não pode ser como um Vaticano dentro de Roma”, afirmou França. Uma das primeiras providências da nova gestão será resgatar o nome da estatal, que deixará de ser Santos Porth Authority para ser Autoridade Portuária de Santos.
O ministro reforçou que a desestatização da autoridade portuária está totalmente descartada, mas algumas atividades podem ser repassadas à iniciativa privada. “Perdemos quatro anos com uma discussão estéril, que poderiam ter sido usados para discutir outros assuntos, como o túnel”, disse. “Deus permitiu que fizéssemos a eleição antes desse processo de privatização. Nós íamos sofrer bastante se ela tivesse acontecido”, completou.
Márcio França destacou que o túnel sob o canal do estuário ligando Santos a Guarujá será construído. “Será a maior obra física deste governo Lula. Nós vamos anunciar nos próximos meses as obras que comporão o novo PAC, que não se chamará PAC, mas eu sei que entre essas obras estará o túnel. Será uma obra pública pura e, após pronta, é evidente que não vamos operar e teremos um formato, de PPP ou concessão. É uma obra estimada em R$ 3,5 bilhões, R$ 4 bilhões”, declarou.
No processo de integração do porto com as cidades, o ministro ressaltou o projeto de revitalização na região do Valongo, no qual está incluída a transferência do Terminal de Passageiros do local atual, na região de Outeirinhos, para a área próxima ao Centro Histórico. “É incompreensível que o passageiro tenha que sair do terminal, pegar um ônibus para poder embarcar no navio. Os grandes exportadores querem a carga que não fala, mas para nós é importante a carga que fala”.
França também ressaltou que nova gestão vai trabalhar para melhorar o relacionamento do porto com as cidades. “Já tivemos essa fase que o CAP tinha um papel mais relevante. Democracia é sempre mais difícil. Ouvir os outros, aceitar opiniões contrárias, ter divergências. Ou respeita o processo democrático ou não respeita. Você respeita as pessoas que foram eleitas estão conduzindo para o que foram eleitas pela maioria ou não respeita. Há prefeitos, deputados, vereadores, sindicalistas eleitos. Todos serão ouvidos, queremos que todos participem. Como diz o vice-presidente Geraldo Alckmin, quem ouve mais erra menos”.
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