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Nat King Cole & Elis Regina

25/03/2022
Nat King Cole & Elis Regina | Jornal da Orla

Na semana passada, coincidentemente dois gênios da música, completaram aniversários de nascimento no mesmo dia.

Em 17 de março de 1919, nascia nos Estados Unidos, em Montgomery, Alabama, o inesquecível cantor e pianista Nat King Cole, que completaria neste ano, 103 anos de idade.

Já, em 17 de março de 1945 nascia em Porto Alegre, a incrível cantora Elis Regina, que completaria 77 anos de vida.
Nathaniel Adams Coles nasceu numa família musical e começou a tocar profissionalmente na cidade de Chicago, porém em 1937, quando se mudou para Los Angeles, formou um trio de Jazz especial, que tinha uma sonoridade única e de vanguarda, com apenas piano, guitarra e contrabaixo.

Além do piano, Nat King Cole usou a voz incrível como grande instrumento. O seu timbre vocal aveludado é inesquecível e incomparável. Sempre acalentou o sonho de ser um “showman”, façanha esta que conseguiu realizar com grande maestria.

Só para lembrar as suas interpretações em “Route 66”, “Straigthen Up And Fly Right”, “For Sentimental Reasons”, “Lush Life” e as minhas preferidos “Unforgettable” e “Stardust”, simplesmente definitivas.

Com elegância e talento ao piano e na voz, ele enfrentou com veemência o racismo e a intolerância e, talvez por isso, foi o primeiro artista negro a comandar um programa na TV americana.

Outro ponto importante sobre Nat King Cole ocorreu no ano de 1991, 25 anos depois da sua morte, quando através do uso da tecnologia, ouviu-se, pela primeira vez na história, um dueto póstumo entre ele e a sua filha, a cantora Natalie Cole, com a regravação de “Unforgettable”.

Mudando de foco, o genial Vinicius de Moraes foi responsável pelo apelido “Pimentinha” que Elis Regina ganhou, talvez pelo seu gênio forte e marcante. E por também não digerir, com facilidade, o surgimento de algo novo. Era muito conservadora.

Sem dúvida, uma das cantoras mais importantes da nossa MPB, apesar de só ter vivido 36 anos. Sua voz extremamente afinada, sempre com uma interpretação intensa e emocional, marcou várias gerações e até os dias de hoje continua como grande referência.

Suas interpretações em “Madalena”, “Como Nossos Pais”, “O Bêbado e o Equilibrista”, “Águas de Março” ao lado de Tom Jobim, “Me Deixas Louca”, “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá”, “Alô, Alô Marciano” também são definitivas.

Ambos, absolutamente importantes para todos nós e é impossível não se emocionar com o legado musical que eles nos deixaram. Viva Nat & Elis!

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