A receita é acreditar no que vende
Mais antigo contato publicitário do Jornal da Orla em atividade, Nanci Duarte testemunhou as muitas transformações que a cidade passou no último meio século. Principalmente nos bairros próximos à orla da praia, onde ela, moradora do Boqueirão, sempre foi presença constante no comércio local para fechar negócios e rever os muitos amigos que fez ao longo da caminhada.
Nanci, hoje com 79 anos de idade, começou a trabalhar em maio de 1966 em uma agência de venda de anúncios; depois, por alguns anos, possuiu uma agência de publicidade junto com um familiar e, após encerrar a sociedade, começou a trabalhar como contato para o Jornal da Orla em 1977. Na época a sede era na rua Amador Bueno, onde também funcionava a Rádio Cacique de Santos.
Deu sorte, pois o jornal estava preparando um especial do Dia das Mães e Nanci faturou bem, vendendo para as lojas do Supercentro Boqueirão. “Peguei gosto e fui fazendo amizades, criando minha carteira de clientes”, conta.
Como boa vendedora, Nanci tem uma estratégia, além da simpatia e paciência: “nunca paro para almoçar. Esta é a hora que o funcionário sai e o dono assume, é a oportunidade de falar diretamente com quem decide, de fazer com que acredite no produto, que vai ter o retorno esperado. Tanto que muitos voltam a anunciar. Eu tinha uma cliente, já falecida, que me chamava de pé de coelho. O Jornal da Orla sempre foi muito querido
Um Senhor vendedor!
Com seu jeito sereno e discreto, Orlando de Castro, ou seu Orlando como é mais conhecido, foi conquistando a simpatia e a confiança dos colegas de trabalho e dos anunciantes do Jornal da Orla, onde atua como contato publicitário há quase 40 anos. Nesta longa jornada amealhou muitos clientes fiéis, que fazem questão de anunciar com ele até hoje.
A carreira de vendedor começou meio que por acaso, para ocupar o tempo vago ao se aposentar como metalúrgico, em 1984. Após um ano sabático, a ausência de atividade começou a incomodar e seu Orlando foi vender anúncios. “Antes da internet, a existência de um jornal de distribuição gratuita, com uma grande tiragem, era uma novidade que atraia muito interesse tanto do leitor como do anunciante. Procurei o seu Clóvis (um dos fundadores do JO) e ele me autorizou a passar a vender”, conta.
Ele afirma não ter segredo na abordagem. “Nunca prometo nada, não sou de contar vantagem. Converso, mostro o jornal e o cliente faz por sua vontade”. Com inacreditáveis 87 anos de idade, esbanjando vitalidade e bom humor, seu Orlando conta que sua semana é toda comprometida: “Segunda-feira, trabalho. Terça, faço stand-up. Quarta e sexta, ginástica no Sesc. Quinta, futvolêi”. E os finais de semana ainda são ocupados com tarefas domésticas e atividades de lazer, que ninguém é de ferro.