Saúde

Música ajuda na saúde emocional, aponta estudo

28/03/2024
freepik

Escutar música não é apenas lazer: a música pode ter efeitos terapêuticos e ser parte das estratégias de estímulo de áreas do cérebro que despertam os potenciais de aprendizagem. Em artigo da revista Literartes, Mauro Muszkat traz as contribuições da neurologia para o desenvolvimento na educação musical e aborda a relação entre música e desenvolvimento neurológico. Ele mostra que a música atua, inclusive, como fator de melhora em doenças como depressão ou Alzheimer.

Quando escutamos música, nosso batimento cardíaco, nossa frequência respiratória e nossos ritmos elétricos cerebrais mudam conforme o ritmo e a melodia, em outras palavras, “dançam conforme a música”. Ela não apenas é processada no cérebro, mas afeta seu funcionamento. E os benefícios em potencial da mais emocional das artes não param aí: a música intensifica também as capacidades linguísticas.

O pesquisador da Unifesp explica que as crianças normalmente se expressam melhor pelo som e pela música do que pelas palavras, verificando-se que aquela pode ser uma ferramenta única para crianças com déficit de atenção, dislexia, autismo, depressão, esquizofrenia e outras disfunções cerebrais. Mas transtornos como a demência, por exemplo, não afetam os talentos musicais e até contribuem para suavizar o problema. A música pode, também, “facilitar a intimidade e a aproximação física dos indivíduos com seus cuidadores, com maior engajamento em tarefas e melhor modulação positiva do humor”, comenta o neurologista.

A proposta do autor é sugerir, para os cuidadores, um trabalho que apresente “sentimentos compartilhados e convergentes a partir de uma experiência emocional, estética e artística”.

Segundo Muszkat, o estímulo ao cérebro musical aumenta a flexibilidade mental e a coesão social, e, para isso, são utilizados recursos como a dança e jogos musicais, potencializando-se as técnicas de restabelecimento físico e cognitivo.

Não são só as crianças que se beneficiam com a música; os adolescentes também, atuando, essa arte, como fator de auxílio ao jovem na difícil fase de transição, em que ele se depara “com mudanças não apenas hormonais, mas neurobiológicas e mudanças na impulsividade, agilidade motora e períodos de humor oscilante e de tédio”.