O Brasil enfrenta uma crise ambiental severa, com o número de municípios que decretaram situação de emergência por incêndios florestais em agosto apresentando um aumento alarmante de 354% em comparação ao mesmo período de 2023. Esse dado foi revelado em um levantamento recente realizado pela Confederação Nacional dos Municípios.
Somente no mês de agosto, 118 gestores municipais formalizaram a condição de emergência no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, gerido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Até o dia 26 de agosto deste ano, 167 municípios declararam situação de emergência devido a incêndios florestais. No mesmo período em 2023, apenas 57 municípios enfrentavam problemas dessa natureza.
Os incêndios florestais em 2024 já afetaram diretamente 4,4 milhões de pessoas. A maior parte das vítimas, cerca de 4 milhões, foi impactada pelos efeitos colaterais, como a poluição do ar e a perda de biodiversidade.
O estado de São Paulo lidera o número de decretos, com 51 municípios em situação de emergência. Em seguida, estão Mato Grosso do Sul, com 35 registros; Acre, com 22; Espírito Santo e Rondônia, com dois municípios cada; e Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Santa Catarina, com um município cada.
Até o momento, o sistema do governo federal reconheceu oficialmente a situação de emergência por incêndios florestais em 12 municípios de Mato Grosso do Sul. Os demais processos estão em análise, aguardando a liberação de recursos públicos federais para medidas emergenciais.
A Confederação Nacional dos Municípios estima que os prejuízos com assistência médica emergencial para a saúde pública já alcançam R$ 10 milhões, valor que tende a crescer devido à exposição da população à fumaça tóxica gerada pelos incêndios.