Nos últimos anos, o estado de São Paulo tem registrado um aumento significativo no número de mortes envolvendo PMs. Neste ano, de janeiro a novembro, o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% em comparação com 2023. De acordo com o Ministério Público do estado de São Paulo (MPSP), o índice passou de 313 para 577 vítimas fatais.
Nesta quarta-feira, o estudante de Medicina, Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto durante a madrugada por policiais militares, na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo. Eles alegam que Marco estava alterado e agressivo, tentando até mesmo tomar a arma de um deles. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) alegou que o estudante havia danificado uma viatura ao tentar fugir. Marco chegou a ser socorrido, passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
Seu pai, não há dúvidas que seu filho foi assassinado, já que o filho foi encurralado e morto sem nenhuma justificativa. De acordo com o portal Agência Brasil, o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado atualmente. “Discursos de autoridades do estado que validam uma polícia mais letal, enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa, fuga da assunção de suas responsabilidades por parte órgãos que deveriam atuar firmemente no controle externo da atividade policial, descaracterização da política de câmeras corporais”, apontou Silva.
As mortes em confrontos entre policiais e suspeitos têm sido uma constante nos noticiários, com diversos casos envolvendo mortes de jovens negros e de favelas. A crítica à violência policial tem sido cada vez mais expressa por movimentos sociais, defensores dos direitos humanos e especialistas em segurança pública, que afirmam que a abordagem utilizada por alguns PMs pode ser exacerbada e muitas vezes desproporcional.