Referência para uma legião de alunos, ele faleceu na noite de segunda-feira
Professor de gerações de jornalistas e grande incentivador do esporte, o professor Ouhydes Fonseca faleceu na noite de segunda-feira (30), aos 82 anos. O velório acontece na Memorial Necrópole Ecumênica, entre 12h e 16h, e em seguida o corpo será cremado.
O currículo de Ouhydes Fonseca é único e admirável, mas certamente o título mais importante é o do mestre orientador e inspirador de centenas (ou milhares) de jornalistas, que receberam seus ensinamentos na Faculdade de Comunicação da UniSantos, a Facos, ou nas redações de importantes jornais.
A elegância, a tranquilidade e as tiradas bem humoradas eram marcas registradas de sua personalidade.
O jornalista trabalhou em diversos jornais, como A Tribuna de Santos, Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil. Recebeu o Prêmio Esso, na categoria Jornalismo Regional, em 1973. Foi colunista do Jornal da Orla, entre 2011 e 2013, assinando a “Segunda Leitura”, espaço semanal onde fazia reflexões sobre o jornalismo e a sociedade. Ouhydes deixou de colaborar com o Jornal da Orla por iniciativa própria, argumentando que decidira reduzir o ritmo de suas atividades.
Ouhydes Fonseca começou a trabalhar na UniSantos em 1971, como professor do curso de Jornalismo. Foi diretor da Faculdade de Comunicação e pró-reitor comunitário, e aposentou-se da universidade em 2011.
Ouhydes Fonseca demonstrava seu amor pelos esportes com gestos concretos, como a criação dos Jogos Universitários da Baixada Santista (Jubas), na década de 1980. Foi durante sua gestão como secretário de esportes de Santos (1990 a 1992), no governo Telma de Souza, que foi fundado o Museu De Vaney, criada a Escolinha de Surfe e ampliada a oferta de vagas em atividades de iniciação esportiva.
Obteve o título de Doutor em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), defendendo tese sobre Jornalismo Esportivo e o Rei do Futebol, Pelé. Foi autor do livro “Fênix do Jornalismo”, onde brinda os leitores (jornalistas ou não) com reflexões sobre o jornalismo profissional, ética e responsabilidade social.
Em 2020, foi diagnosticado o agravamento do seu estágio de Alzheimer, que comprometia seu acesso a redes sociais ou mesmo a comunicação com pessoas antes conhecidas.
O mais velho dos 10 filhos de “seo” Fonseca e dona Dolores, Ouhydes Fonseca deixa a esposa Ismênia; as filhas Rachel, Natasha e Larissa; os dois netos, Matheus e Isabella; e uma legião de alunos que agradecem até hoje os seus ensinamentos técnicos e éticos.
Obrigado, professor!
