
Kayo Amado (Podemos) pretende implantar estação de transbordo na Área Continental de São Vicente
Os impactos da instalação de uma área de transbordo de resíduos sólidos na Área Continental de São Vicente motivou o Ministério Público (MP) a solicitar uma série de informações ao prefeito Kayo Amado (Podemos).
Existem diversas dúvidas quanto ao uso de uma área de 25 mil m², na altura do Km 76 da rodovia Padre Manoel da Nóbrega, no Jardim Rio Branco. Diante da preocupação dos moradores, o empresário do setor imobiliário Gilmar André fez uma representação ao Ministério Público. O promotor Rodrigo Fernandez Dacal, então, requereu que a Prefeitura apresentasse documentos, como a matrícula atualizada do imóvel e cópia das licenças ambientais junto a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), entre outros. O prazo terminava ontem (9).
Segundo Gilmar André, não houve audiência pública com os moradores da região, que pudesse esclarecer sobre os impactos urbanos que a instalação do transbordo poderia provocar. “Isso vai afetar diretamente a mobilidade urbana dos bairros vizinhos, como o Jardim Rio Branco, Parque Continental e Humaitá. Com certeza, teremos grande trânsito de veículos pesados, mas nossas vias são precárias e não estão preparadas para esse tipo de tráfego”, argumenta.
Outra preocupação do empresário se refere ao destino dos resíduos. “São Vicente não tem um bom histórico de gerenciamento de áreas de transbordo. Sem contar que há áreas aqui que são declaradas de preservação permanente”, completa.
Gilmar André acrescenta que o que mais assusta a população é o risco de desvalorização dos imóveis. “Se e quando o centro de transbordo começar a funcionar, eu calculo que os preços dos imóveis aqui caiam de 25 a 30%. E qual a contrapartida que a prefeitura oferecerá à população?”, questiona.
ÁREA JÁ DEGRADADA
O prefeito Kayo Amado decidiu requisitar, por meio de decreto, a posse da área de mais de 1,3 milhão m², dos quais 25 mil m² serão usados para a manejo dos detritos, argumentando que o município precisa cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O objetivo é implantar um centro de reaproveitamento de resíduos limpos, onde estão previstos serviços de destinação, triagem e reciclagem de materiais de descarte da construção civil, como restos de pedras e madeiras, e entulhos recolhidos pelo serviço de cata-treco.
“Serão processados todos os materiais enviados que possam ser reaproveitados e voltem à escala produtiva, diminuindo, dessa forma, a quantidade de resíduos descartados, impulsionando a sustentabilidade e a responsabilidade com o meio ambiente”, informou a prefeitura, por meio de nota da Secretaria de Meio Ambiente (Semam).
Segundo o mesmo comunicado, o local foi escolhido por “ser uma área já degradada, sem necessidade de desmatamento e já recebe este perfil de resíduos em suas proximidades, oriundos de outros municípios”.
“A Semam ressalta, também, que os resíduos domésticos, mais conhecidos como lixo orgânico (restos de comida, materiais que sofrem decomposição, etc) não serão destinados a esse local, pois são diretamente enviados ao aterro sanitário (no Sítio das Neves, em Santos)”, informa.
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