O jornalista e escritor Sérgio Willians surge como uma figura essencial para a preservação da memória da cidade. Com mais de duas décadas dedicadas à pesquisa histórica, Sérgio lança em novembro duas obras: um livro sobre A Santa Casa de Misericórdia de Santos e outro sobre A História do Porto de Santos. Ambos os livros são as primeiras obras abrangentes sobre essas instituições, trazendo uma narrativa rica e acessível sobre a trajetória e a relevância dessas entidades para a cidade.
Nesta sexta-feira (1), ocorre o lançamento do livro “A História da Santa Casa da Misericórdia de Santos”, no Salão Rosa da Santa Casa da Misericórdia com a presença do autor.
Fundada em 1543 por Brás Cubas, a Santa Casa de Misericórdia de Santos é a instituição de saúde mais antiga da cidade e possui uma conexão especial com a identidade de Santos. Sérgio explica que o nome da cidade se inspira na própria instituição. Em 360 páginas, seu novo livro retrata a Santa Casa desde os primeiros anos, descrevendo as origens do hospital e os princípios fundadores que orientaram a sua criação.
A obra detalha as várias fases de crescimento, como o desenvolvimento de departamentos médicos e os modelos de financiamento que permitiram que a instituição continuasse seu trabalho ao longo dos séculos. As imagens históricas, muitas delas inéditas e provenientes de acervos como a Fundação Arquivo e Memória de Santos, ajudam a transportar o leitor para o passado, oferecendo uma experiência visual complementar à narrativa.
Para Sérgio, a Santa Casa não é apenas uma instituição médica, mas um símbolo de solidariedade e um marco na identidade de Santos. “É uma história viva que reflete não só o avanço da medicina, mas a própria transformação da cidade e de seus valores ao longo do tempo”, afirma o autor, destacando o valor da Santa Casa como patrimônio cultural e histórico de Santos.
Além da Santa Casa, Sérgio se dedicou a investigar a rica trajetória do Porto de Santos. A obra, de 416 páginas e mais de 320 imagens, oferece um panorama do crescimento e transformação dessa infraestrutura essencial, documentando o movimento de navios e cargas até os dias atuais. Sérgio destaca a importância econômica do Porto de Santos, que, ao longo dos anos, passou por diversas reformas, incluindo dragagens e ampliação de terminais para adaptar-se ao aumento da demanda global. “Esse livro é um verdadeiro inventário das mudanças que moldaram o Porto de Santos, uma instituição que impulsionou a economia do Brasil”, reflete o jornalista. O lançamento será no Museu do Porto.
Sérgio adota uma abordagem única para escrever história, combinando o rigor da pesquisa com uma linguagem acessível e cativante. Para ele, a principal diferença entre o trabalho acadêmico e sua narrativa jornalística é a proximidade com o público. “É essencial que o leitor consiga mergulhar no tema sem se sentir intimidado. Essa é a beleza do jornalismo histórico: alcançar as pessoas onde elas estão e transmitir o passado de maneira envolvente”, afirma.
Sérgio destaca o uso de tecnologias modernas como um divisor de águas para a pesquisa histórica. Ferramentas como digitalização de documentos e acervos online facilitam o acesso a fontes que, antes, exigiam consultas presenciais demoradas. “Hoje, consigo acessar arquivos e jornais antigos digitalizados em minutos. Isso torna a pesquisa mais dinâmica e aumenta o nível de detalhe e precisão nas obras”, diz o autor, reconhecendo que essas ferramentas lhe permitiram enriquecer suas obras com registros históricos precisos e até então pouco explorados.
Mesmo com a tecnologia, Sérgio menciona que publicar e promover livros históricos não é uma tarefa fácil. Segundo ele, o interesse da mídia e do público em geral pode ser desafiador de captar, o que exige uma autopromoção constante para garantir a visibilidade das obras. “A história local merece espaço, mas é um campo que precisa ser promovido. Cada lançamento é uma oportunidade de dar vida a essas memórias,” diz Sérgio, que também mantém um blog chamado Memória Santista, ativo há 13 anos, e uma coluna no jornal A Tribuna, intitulada Era Uma Vez Santos, onde escreve há 7 anos.
Além dos lançamentos da Santa Casa e do Porto, ele lançou outros quatro livros este ano: A História do Clube de Regatas Vasco da Gama; 130 Anos em Fatos e Fotos, celebrando o aniversário do jornal A Tribuna; A História da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos; e um livro institucional sobre a Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (FENAMAR). Sérgio também está trabalhando em novas obras sobre clubes esportivos e escolas de samba locais, ampliando seu compromisso em registrar aspectos variados da cultura santista.