O Teste do Coraçãozinho, capaz de detectar, logo após o nascimento, a baixa concentração de oxigênio no sangue (hipoxemia) que caracteriza as cardiopatias críticas, agora é obrigatório nas primeiras horas de vida (período de 24 a 48 horas), em todos os recém-nascidos das redes pública e particular de Santos.
O exame já vem sendo feito nas duas maternidades municipais de Santos (Hospital dos Estivadores e Silvério Fontes) há mais de cinco anos e, na última quarta-feira (26), a prefeita em exercício, Renata Bravo, sancionou um projeto de lei tornando obrigatório este exame nas redes pública e privada.
A aplicação do teste é importante porque, uma vez detectada a hipoxemia, é possível antecipar tratamentos e prevenir a morte no primeiro mês de vida de um recém-nascido.
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria apontam que dos 52% de mortes na primeira infância no mundo (de zero a 365 dias de vida), a cardiopatia é responsável por 40% dos defeitos congênitos, sendo uma das malformações mais frequentes e a de maior mortalidade.
Segundo explica a responsável pela UTI Neonatal da Maternidade Silvério Fontes, a neonatologista Inês Regina Vieira Simião Davoglio, para o teste é usado um aparelho chamado oxímetro de pulso, que liga sensores à mão direita e em um dos pés do recém-nascido para medir a concentração de oxigênio no sangue arterial da criança.
Caso a saturação esteja abaixo de 95%, o exame é repetido após uma hora. Quando o segundo resultado também estiver abaixo de 95%, o bebê é encaminhado para um ecocardiograma. “Há casos, também, em que já é dada uma medicação”.