O ex-governador de São Paulo, Márcio França, é um dos alvos da operação Raio X da Polícia Civil, nesta quarta-feira (5/1), que investiga crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato. Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao político na capital de SP, Baixada Santista e interior do estado.
A investigação apura suposto esquema de desvios de verbas da saúde estimados em R$ 500 milhões. O médico Cláudio França, irmão do ex-governador, também está entre os alvos da operação, além de ex-funcionários de organizações sociais (OSs), empresários e outros médicos.
De acordo com a Polícia Civil, contratos de gestão firmados durante o governo de França teriam beneficiado uma organização chefiada pelo médico Cleudson Garcia Montali, responsável por quatro OSs que já foram investigadas por desviar dinheiro de hospitais.
França, de acordo com os policiais, teria recebido doações financeiras de Cleudson para a campanha eleitoral em que concorria ao governo de São Paulo.
“Verificou-se, ainda, que a organização criminosa também financiaria a campanha eleitoral de Márcio França à prefeitura de São Paulo no ano de 2020, fatos estes que demonstram possível envolvimento de Márcio França com a organização criminosa”, diz o relatório.
França diz que operação tem cunho político
No Twitter, o ex-governador disse não não ter “relações nem vínculos com serviços públicos ou relação com a área médica ou de saúde” e que “é lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de abuso de poder político”. Confira a declaração na íntegra a seguir:
Começaram as eleições 2022. 1ª Operação Política.
Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas “autoridades”, com “medo de perder as eleições”, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa.
— Márcio França (@marciofrancasp) January 5, 2022
“Começaram as eleições 2022. 1ª Operação Política.
Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas “autoridades”, com “medo de perder as eleições”, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa.
Toda operação policial tem nome!
Essa é uma operação política e não policial.
Ela é, evidentemente, de cunho político eleitoral.
Não tenho ou tive qualquer relação comercial ou advocatícia com as pessoas jurídicas e físicas que são alvo da investigação.
É lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de abuso de poder político.
Já venho há tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar a verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de SP. Se depender de mim, não vão conseguir.
Eu não sou alvo de nenhuma operação, pois sou advogado particular, não tenho relações nem vínculo com serviços públicos. Não tenho relação com a área médica ou de saúde.
Tenho 40 anos de vida pública, não respondo a nenhum processo criminal.
Só deixarei de ser governador de SP se o povo paulista não quiser.
Não tenho medo de ameaças ou de chantagem. Em 40 anos de vida pública, já fui muitas vezes difamado e injustiçado, nunca condenado.
Aliás, já enfrentei adversários muito mais qualificados. Não vão ser os meus atuais concorrentes, notórios mentirosos, que me farão recuar”.