Notícias

Mais de 2 mil presos não retornaram após saidinha de Natal

09/01/2025
Akira Onuma/Ascom Susipe

Mais de 2 mil detentos que receberam o direito a saída temporária, a famosa ‘saidinha’ de Natal entre o fim de 2024 e o início de 2025 não retornaram aos presídios no Brasil, segundo levantamento realizado pela coluna Metrópoles. Ao todo, 48.372 presos de 15 estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Pará, Amapá, Roraima, Sergipe, Ceará, Paraíba, Piauí e Maranhão), além do Distrito Federal, tiveram direito ao benefício. Desses, 2.042 não saíram, o que corresponde a 4,3% do total.

Proporcionalmente, o Rio de Janeiro foi o estado com a maior taxa de detenções que não retornaram. Dos 1.494 beneficiários, 260 (aproximadamente 14%) ainda estão foragidos. Em números absolutos, São Paulo lidera o ranking, com 1.292 presos não retornando à prisão.

Seis estados (Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco e Tocantins) informaram que não concederam saída temporária. Outros quatro (Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte e Rondônia) não forneceram resposta, enquanto Minas Gerais ainda não havia compilado os dados até o momento da pesquisa. A coluna contatou todas as unidades federativas com antecedência de uma semana.

A saidinha é concedida a detentos em regime semiaberto, que trabalham durante o dia e retornam à prisão à noite. Para ter direito ao benefício, o preso precisa ter bom comportamento, ter cumprido uma parte da pena (1/6 para quem cumpre as primeiras reportagens e 1/4 para reincidentes). Caso o preso não retorne após a saída temporária, ele é considerado foragido.

Em regra, o detento perde o benefício do regime semiaberto. Ao ser recapturado, portanto, volta ao regime fechado. Essa mudança de regime é determinada pela Justiça.

A suspensão do benefício das chamadas “saidinhas” voltou à tona com a ocorrência de uma série de crimes violentos de presos que desfrutaram do benefício da saída temporária de Natal. O fim das saidinhas, no entanto, enfrenta resistência de parte da sociedade desde que passou a ser discutida há quase 13 anos no Congresso.