Saúde

Lúpus: conheça a doença que afetou Lady Gaga

11/05/2025 Paulo Rogerio
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Uma doença crônica, inflamatória e autoimune é lembrada em todo o mundo neste sábado (10). O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) ainda é uma patologia que intriga reumatologistas por conta dos sintomas, que se assemelham a outras enfermidades e dificultam o seu diagnóstico precoce. No Dia Mundial do Lúpus, a informação se torna uma das aliadas contra a doença que atinge entre 150 a 300 mil pessoas no Brasil, principalmente mulheres em idade fértil, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR/2024)..

O Lúpus afeta o sistema imunológico, que normalmente protege o corpo de infecções, mas passa também a atacar tecidos saudáveis, impactando pele, articulações, rins, pulmões e cérebro.

O Lúpus atinge também mulheres famosas da cultura pop e do mundo artístico, como a cantora e atriz Selena Gomez, que realizou um transplante de rins em 2017 como parte do tratamento. Além dela, a cantora Lady Gaga, que na semana passada realizou uma mega apresentação na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, revelou que a doença é genética, mas ainda não apresentou sintomas graves. A apresentadora Astrid Fontenelle esteve internada diversas vezes e a cantora Toni Braxton fala abertamente sobre o assunto na mídia.

“Os sintomas mais comuns incluem dores articulares, cansaço excessivo, febre sem causa aparente,
manchas na pele que pioram com o sol, queda de cabelo e feridas na boca. Em alguns casos, a doença pode afetar órgãos internos como rins, pulmões, coração e o sistema nervoso”, diz Luiza
Fuoco, reumatologista da Imuno Santos. Por isso, a médica classifica como fundamental o acesso à informação. “O Lúpus é uma doença séria, mas não precisa definir a vida do paciente. Com tratamento adequado e suporte, é possível estudar, trabalhar, ser mãe, viajar e viver com plenitude”.

É uma doença que atinge mais as mulheres, uma proporção que chega a 90% das pessoas afetadas, sobretudo em idade fértil. Isso ocorre, em parte, por influência dos hormônios femininos, como o estrogênio, que parecem modular o sistema imunológico de forma diferente.

Além disso, fatores genéticos e epigenéticos também contribuem para essa diferença entre os sexos.

Gravidez
Com relação à gravidez, Luiza diz que o período pode não apresentar nenhum risco, desde que haja o acompanhamento. “No entanto, se a doença estiver ativa, há risco aumentado de complicações como pré-eclâmpsia, parto prematuro, perdas em uso. “Alguns imunossupressores são considerados
compatíveis com a amamentação, enquanto outros não são recomendados devido à falta de dados ou potenciais riscos.

O tratamento é individualizado. Em geral, envolve medicamentos como antimaláricos, corticoides, imunossupressores e, em alguns casos, medicamentos biológicos. A falta de tratamento ou o uso inadequado de medicamentos pode levar à progressão da doença e ao comprometimento de órgãos
vitais, como rins e cérebro. Isso pode causar até risco de morte.

Para o ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, Vamberto Maia Filho, o Lúpus pode afetar o feto e seu crescimento intrauterino, além de aumentar o risco de parto prematuro. “Também pode levar a disfunções placentárias”. Já a segurança na amamentação, segundo
o médico, depende do tipo específico de medicamento.