Estado defende ponte enquanto governo federal aposta no túnel
De quatro em quatro anos, ganha mais intensidade o debate sobre a necessária (e urgente) ligação seca entre Santos e Guarujá. O assunto divide opiniões entre especialistas, confronta interesses econômicos e serve de combustível para a campanha eleitoral que está apenas começando.
De um lado, os defensores do projeto de ponte patrocinado pela Ecovias, que pretende construir uma ponte com 7,5 quilômetros de extensão, 85 metros de altura e 750 metros de largura entre os pilares. Em troca, a prorrogação do seu contrato para explorar o sistema Anchieta-Imigrantes, que vence em 2026, por mais 30 anos.
Quem critica esta proposta argumenta que uma estrutura com estas características comprometeria o tráfego no Porto de Santos e (pior) projetos de expansão. “nos temos na navegalçao emvarcaçoes cada vez mais altas, navios com 106 metros de altura. Temos a tendência de entrada de plataforamas de petróleo para manutenção e 30% das que estçao em operação no mundo hoje não passariam por baixo desta ponte”, afirma o engenheiro Eduardo Lustoza, porta-voz do movimento Vou de Túnel. “é uma imprudência e incompetência falar em pontes, quem faz isso está mal assessorado e não está dando ouvidos ao que a engenharia está fazendo no mundo”.
No mês passado, o governador João Doria (que é pré-candidato a presidente) anunciou que iria entrar com uma ação judicial caso o governo federal não conceda a autorização que falta para a Ecovias iniciar a obra. Segundo ele, o Laboratório de Engenharia Naval da USP e o Comando da Aeronáutica atestaram que a ponte não prejudicará as operações do porto de Santos e do aeroporto de Guarujá.
O ministro da Infraestrutura e Transportes, Tarcísio Gomes de Freitas (que é pré-candidato a governador), quer viabilizar o túnel incluindo sua construção no processo de desestatização da autoridade portuária.
Prefeitos defendem as duas soluções
Os prefeitos de Santos, Rogério Santos, e Guarujá, Valter Suman, consideram que as duas propostas não são excludente — ao contrário. Segundo eles, o túnel tem um caráter de mobilidade urbana, na medida que seria uma opção à travessia por balsar e poderia incluir uma linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre as duas cidades. Já a ponte contribui para a movimentação de mercadorias entre as duas margens do complexo portuário, “Os dois projetos são complementares e necessários”, resumem.
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