
Herpes é uma doença bastante comum. Além da Zóster, existem outros dois tipos de herpes. A Tipo 1 se manifesta através de feridas na boca ou nos lábios, a partir de contato direto com saliva ou pele infectada. A Tipo 2 é a genital, decorrente de relações sexuais. Embora ambos sejam vírus da família Herpesviridae, são doenças diferentes. O Zóster nasce da reativação de um vírus adormecido e os demais têm origem em lesões em áreas sensíveis do corpo.
O Herpes Zóster é popularmente conhecido como “cobreiro”. Doença causada pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo responsável pela catapora. Após a ocorrência e o tratamento da catapora – geralmente na infância – o vírus permanece adormecido nos gânglios nervosos e pode voltar a se manifestar anos depois, especialmente em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como os idosos. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1 em cada 3 pessoas desenvolverá Herpes Zóster ao longo da vida. No Brasil, estima-se que a maioria dos casos ocorra em pessoas com mais de 50 anos.
Os primeiros sintomas incluem dor, coceira e formigamento em uma área da pele, seguidos de erupções com bolhas. A dor pode ser intensa, mesmo antes das lesões aparecerem. A principal complicação é a neuralgia pós-herpética, uma dor crônica que pode durar meses ou até anos após a cura das lesões. “A dor do Herpes Zóster pode ser debilitante, interferindo na qualidade de vida, especialmente nos idosos”, afirma o infectologista Dr. Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Diagnóstico precoce faz diferença
Identificar os sinais iniciais e procurar um médico rapidamente é fundamental. O tratamento com antivirais como o aciclovir ou valaciclovir, quando iniciado nas primeiras 72 horas, pode reduzir a gravidade dos sintomas e o risco de complicações. “O diagnóstico precoce é crucial para evitar que a dor evolua para algo crônico”, explica a dermatologista Dra. Luciana Rabello, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Consequências que vão além da pele
Além da dor crônica, o Herpes Zóster pode causar complicações como infecção ocular, perda de audição, paralisia facial e, em casos mais graves, hospitalização. “Não é uma doença simples. Pode ser incapacitante e comprometer significativamente a autonomia do idoso”, alerta Dr. Kfouri. Por isso, é essencial que familiares, cuidadores e os próprios idosos estejam atentos aos sintomas e busquem orientação médica, especialmente se a pessoa já passou dos 50 anos.
Vacinas: uma forma eficaz de prevenção
A boa notícia é que existem vacinas contra a doença e duas delas estão disponíveis no Brasil: Zostavax e Shingrix. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir o Herpes Zóster e suas complicações, especialmente em pessoas idosas. Segundo estudos publicados pelo New England Journal of Medicine, a Shingrix apresenta eficácia superior a 90% na prevenção do Herpes Zóster e suas complicações. No entanto, essa vacina ainda não está disponível no SUS, apenas na rede privada e o preço é salgado, já que são necessárias duas doses. Dependendo do convênio médico ou da promoção da farmácia, o valor pode variar de R$ 600,00 a R$ 1.800,00. Portanto, prepare seu bolso, mas é por uma boa causa, certo?
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