Mais de 35 anos depois de sua fundação, o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Baixada Santista – GAPA/BS vive dias difíceis, com a acentuada baixa de doações e a demora na liberação de verbas destinadas por vereadores santistas, que representam boa parte do custeio das atividades da entidade.
“Ampliamos o atendimento para 67 famílias, que são assistidas pela entidade, que presta não apenas apoio psicológico e de atividades diversas, mas também o fornecimento de cestas básicas mensais. As pessoas que convivem com o vírus HIV precisam de uma boa alimentação, inclusive para suportarem os efeitos colaterais dos remédios”.
O relato é da educadora e presidente do GAPA, Nanci Alonso, que acompanha a entidade de forma ininterrupta, desde sua fundação. “Hoje, temos uma despesa fixa mensal de, no mínimo, R$ 24 mil. Muitas das pessoas atendidas e suas famílias moram em áreas extremamente periféricas e sequer têm o que comer”, lamenta.
Dificuldades
Apesar do compromisso mensal, nos últimos meses diminuíram em muito as doações de alimentos para compor as cestas básicas, e mesmo de roupas, calçados e objetos vendidos no bazar (cuja renda também reverte para o custeio das atividades desenvolvidas).
Ao mesmo tempo, o GAPA aguarda a liberação de verbas parlamentares destinadas por vereadores de Santos, já aprovadas, mas cujo repasse efetivo sofre constante atraso por burocracia dos órgãos municipais. “Se o termo de fomento não for aprovado rapidamente, não teremos condições de pagar o aluguel nem garantir as cestas básicas”, afirma Nanci.
Recentemente, a diretoria do GAPA esteve reunida com o prefeito Rogério Santos, não só apontando esse impasse, como solicitando um aumento da verba mensal da Prefeitura, que hoje é de R$ 5 mil. “Só de aluguel da sede pagamos R$ 11 mil”, diz a presidente. Caso os repasses dos parlamentares não ocorram no prazo legal, o dinheiro não pode ser usado no ano seguinte. Nesse caso, tudo é devolvido.