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Estudantes de medicina protestam contra aumento da mensalidade em universidade de Cubatão

14/12/2021
Divulgação

Mensalidade custará quase R$ 10 mil em 2022

Nesta terça-feira (14/12), estudantes do curso de medicina da Universidade São Judas- Campus Cubatão protestaram contra o reajuste nas mensalidades para o próximo ano letivo. Os universitários alegam que o aumento de 11,5% do valor do curso não condiz com a infraestrutura que o campus oferece: de R$ 8.591 para R$ 9.578 para alunos já matriculados. Para novos alunos, o valor reajustado ficará em R$ 9.729.

A presidente do Centro Acadêmico, Ana Luiza Bernardes, explica que os estudantes foram pegos de surpresa com a medida. “Nós fomos avisados a respeito de reajuste nesta semana, após o término das aulas. Esperaram que saímos de férias para que não houvesse nenhum protesto ou reclamação. Muitos alunos não moram na cidade”, diz.

Segundo a aluna, em 2020 houve reajuste menor, mesmo sem a utilização do campus, por conta da pandemia. A diferença neste ano é o percentual alto. “A diretoria da universidade alegou novos investimentos no curso e o aumento de impostos. Nós consideramos que o reajuste é alto, em comparação com outras universidades, que aumentaram em torno de 8%”, diz Ana Luiza.

Reunião

O Centro Acadêmico entregou à diretoria da São Judas documentos que relatam a insatisfação dos estudantes e, na segunda-feira (13/12), houve uma reunião entre as partes. “Os diretores se mostraram abertos à conversa e informaram que querem melhorar a qualidade do ensino,  mas deixaram claro que não irão abaixar o valor da mensalidade”.

Um dos pontos levantados pelos universitários é a infraestrutura da faculdade de medicina que, conforme explica Ana Luiza, não comporta a quantidade de alunos prevista para 2022 – 250.

“A nossa metodologia de ensino requer salas específicas, onde a gente possa se reunir em mesa redonda pra discussão em grupos. Quando entramos na universidade, a proposta era ter grupos de 12 pessoas no máximo. Hoje temos 16, 17 pessoas. Isso também porque houve redução no quadro de professores. A parte de refeitório e de cantina também é uma briga, porque o campus é pequeno pela quantidade de alunos. Esse aumento é injustificável. Quanto mais a faculdade aumenta o valor da mensalidade, menos ela oferece pra gente”, diz.

A universidade diz que reajuste tem base legal

Em nota enviada ao Jornal da Orla, a Universidade São Judas informou que “o reajuste de mensalidade acontece anualmente, de acordo com a Lei nº. 9.870/99 e conforme previsto em contrato firmado com seus estudantes. A variação de custos da instituição, bem como os investimentos realizados constantemente para garantir qualidade acadêmica e aprimoramento do curso como um todo, compõem o percentual.

Ainda segundo a nota, a São Judas diz que informou a comunidade acadêmica sobre o reajuste e que foram realizadas reuniões com a lideranças estudantis. “Também estão disponíveis, em todas as unidades, as planilhas que autorizam a recomposição, em atendimento à Lei 9.870/99 e ao Decreto nº 3.274/1999 que a regulamenta. Por fim, a Universidade reforça o canal aberto com seus estudantes e o compromisso da instituição no seu aprimoramento constante para oferecer a melhor formação e as melhores vivências aos alunos(as)”, conclui.