A enxaqueca é um dos tipos de dor da cabeça mais prevalentes na população mundial. Saiba como tratar e descobrir as causas para evitar o problema.
A cefaleia, a popular dor de cabeça, não é frescura: o problema prejudica o desempenho profissional e pode comprometer o convívio social. Segundo o Ministério da Saúde, existem mais de 15 tipos de dores de cabeça, sendo a enxaqueca a mais prevalente na população mundial. No Brasil, cerca de 30 milhões de pessoas sofrem com o problema.
Maio é considerado o Mês Nacional de Combate à Cefaleia, lembrado oficialmente no dia 19.
O que é enxaqueca?
A enxaqueca é uma doença neurovascular, causada por desequilíbrio químico no sistema nervoso central. Caracteriza-se por uma dor latejante em apenas um dos lados da cabeça, cuja frequência varia desde episódios bem espaçados a várias vezes ao mês, com crises que duram até 72 horas.
A enxaqueca é uma forma específica de dor de cabeça que geralmente é acompanhada por sintomas adicionais, como náuseas, sensibilidade à luz e ao som, visão embaçada e tontura. Essa condição neurológica crônica pode durar de algumas horas a vários dias, causando um impacto significativo na qualidade de vida do indivíduo afetado.
Sintomas da enxaqueca
Os sintomas da enxaqueca variam de pessoa para pessoa, mas existem alguns sinais comuns a serem observados. Os principais sintomas incluem:
- Dor de cabeça intensa e latejante, geralmente em um lado da cabeça.
- Sensibilidade à luz, barulhos e cheiros.
- Náuseas e vômitos.
- Visão embaçada ou manchas antes dos olhos.
- Tontura e dificuldade de concentração.
As fases da enxaqueca
A neurologista Aline Marques explica que a enxaqueca possui quatro principais fases: pródromo (premonitória), aura, crise, pósdromo, respectivamente nessa ordem, mas nem sempre as pessoas passam por todas elas.
A doença separa-se em dois subtipos: sem aura (75% dos casos) e com aura (25%). A enxaqueca sem aura é a dor unilateral, com intensidade moderada ou grave, podendo aumentar com atividade física de rotina. A aura é um aviso fisiológico, que inicia logo antes de um episódio de dor de cabeça e pode acometer a visão ou outros sentidos, de um lado do corpo, podendo levar a perda transitória da capacidade de enxergar metade do campo visual ou sensação de formigamento em um lado do corpo. Além de dor, o indivíduo sente náuseas, fotofobia (intolerância à luz), desconforto a sons e odores fortes, além de ter transtornos gástricos.
Como identificar o tipo de dor por meio dos sintomas?
- Cefaleia tensional: Pode aparecer de forma episódica ou crônica e tem entre as principais características a sensação de dor em aperto ou pressão nos dois lados da cabeça. Causa uma rigidez nos músculos do pescoço, provocando desconforto e afetando ainda as costas.
- Enxaqueca: Intensa, acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade excessiva à luz, ao som ou ao movimento. Sem tratamento, as crises podem durar de 2 a 4 dias;
- Sinusite: Dor nos seios da face, além da cabeça, parecida com a sensação de pressão no rosto, acompanhada de sintomas de congestão nasal, saída de secreção e tosse;
- Intolerância alimentar: Presença forte de gases, muito desconforto, diarreia, dor de cabeça, inchaço abdominal e secreção nasal.
Causas da enxaqueca
Embora a causa exata da enxaqueca não seja totalmente compreendida, existem alguns fatores que podem desencadear ou contribuir para o seu desenvolvimento. Alguns dos principais fatores desencadeantes da enxaqueca incluem:
- Estresse emocional e físico.
- Alterações hormonais em mulheres.
- Alimentos desencadeantes, como chocolate, queijo envelhecido e cafeína.
- Mudanças no padrão de sono.
- Exposição a estímulos sensoriais intensos, como luzes brilhantes e ruídos altos.
Tratamentos para enxaqueca
Embora não haja cura definitiva para a enxaqueca, existem várias opções de tratamento disponíveis para aliviar os sintomas e reduzir a frequência e a intensidade das crises. Aqui estão algumas abordagens comuns para o tratamento da enxaqueca:
Medicamentos: Analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e triptanos são frequentemente prescritos para aliviar a dor e outros sintomas associados à enxaqueca.
Terapia preventiva: Medicamentos prescritos para reduzir a frequência e a gravidade das crises de enxaqueca.
Terapias complementares: Acupuntura, biofeedback e terapias baseadas em relaxamento podem ajudar a reduzir a intensidade da dor e a melhorar a qualidade de vida.
Mudanças no estilo de vida: Gerenciar o estresse, manter uma rotina de sono consistente, evitar alimentos exageradamente gordurosos, excesso de açúcar e sol e comida ultraprocessada.
Alimentação balanceada: Evitar alimentos desencadeantes, como queijos envelhecidos, chocolates e alimentos processados, e optar por uma dieta rica em frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras.
Hidratação adequada: Beber água em quantidade suficiente ao longo do dia para evitar a desidratação, que pode desencadear crises de enxaqueca.
Exercícios físicos regulares: Praticar atividades físicas de forma regular, pois o exercício ajuda a reduzir o estresse e promove a liberação de endorfinas, substâncias que proporcionam bem-estar.
Gerenciamento do estresse: Aprender técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda e ioga, pode ajudar a reduzir o estresse e a frequência das crises de enxaqueca.
Evitar desencadeadores conhecidos: Identificar e evitar os fatores que desencadeiam as crises de enxaqueca, como luzes brilhantes, ruídos altos e ambientes estressantes.
A neurologista Aline Marques alerta que o uso indiscriminado de remédios sem orientação médica pode ocasionar piora dos episódios de enxaqueca.