Doença que atinge uma em cada 10 mulheres no Brasil, a endometriose ocorre quando o endométrio, tecido que reveste o útero, cresce para fora do órgão. Por ser de difícil diagnóstico, pode levar à infertilidade, pois muitas mulheres só vão saber que sofrem com o problema quando tentam ter filhos. Muitas vezes, os sintomas são subestimados – como fortes cólicas durante a menstruação e dores nas relações sexuais.
De acordo com o radiologista Leandro Accardo de Mattos, especialista em aparelho reprodutor feminino, é importante prestar atenção aos sintomas e fazer exames para detectar o problema antes que se agrave.
“Não é normal sentir cólicas fortes, que não passam com um analgésico, por exemplo. Quando isso acontece, é preciso investigar”, afirma. E por que o diagnóstico é difícil? “A endometriose pode comprometer estruturas que o ginecologista não consegue perceber com o toque. Os focos podem estar na bexiga ou ovários e só com o exame clínico não é possível encontrá-los”, explica.
Para identificar a doença, os métodos mais usados são a ressonância ou o ultrassom. Como todas as patologias, quanto mais cedo se diagnosticar, mais fácil o tratamento – que em geral é feito com hormônios. Mas de acordo com o ginecologista Waldir Inácio Jr, nos últimos anos, houve uma mudança de paradigma em relação à terapia com hormônios.
“Além de não tratar efetivamente a doença, traz efeitos colaterais, como aumento de peso, diminuição da libido e alteração do humor. O tratamento mais inovador hoje é a cirurgia laparoscópica avançada, na qual eliminam-se todos os focos de endometriose. Quando retirada de forma completa, a endometriose não volta e não há mais necessidade de tomar qualquer medicamento”, explica o médico.