Fronteiras da Ciência

Encantos da singeleza

20/06/2014
Encantos da singeleza | Jornal da Orla
Para alguns, a poesia da vida simples é uma aspiração. Não são muitos, mas aumenta a cada dia o número de pessoas que buscam um estilo de vida mais despojado. Enquanto a grande massa se mostra adepta dos benefícios oferecidos pelas cidades, aos poucos o homem se mostra cada vez mais cansado da rotina urbana, enlouquecedora.
 
Poluição, engarrafamentos, ruídos. A floresta de edifícios a se perder no horizonte, escondendo céu e sol. Tudo isso contribui para os estresses e angústias do homem contemporâneo. Quando jovem, é natural que as pessoas desejem os desafios e facilidades das cidades, que oferecem objetos de desejo a cada esquina. São as maravilhas da tecnologia, os bares da moda, as roupas de grife, os belos escritórios, as carreiras. Tudo isso exerce tremendo fascínio. Mas, aos poucos, é possível observar que esse modelo está se esvaziando. Um certo cansaço começa a ser notado.
 
Uma expressão vem ganhando espaço: qualidade de vida. São cada vez mais numerosos os que desejam voltar aos ideais de uma vida simples, uma casa no campo, um contato mais estreito com a natureza.
 
Querem respirar ar puro, ver um pôr do sol dourado, passar noites de tranquilidade em uma rede preguiçosa, manter conversas de fim da tarde. A sensação que se tem é que a Humanidade, afinal, começa a perceber que a vida é muito mais do que prazeres passageiros. As razões para o esgotamento do modo de vida urbano são o consumismo desenfreado e a sensação de estar numa corrida permanente.
 
No trabalho, o desafio é a competitividade, que atropela o ser humano e o consome, transformando-o em peça de uma fria engrenagem. É um processo perverso, que suga as energias, estimula ciúmes e transforma em inimigos os que deveriam trabalhar em harmonia. E uma pergunta costuma ser feita por quem está nessa roda-viva: dá para viver com simplicidade nas grandes cidades? É possível conciliar as exigências de uma carreira, da vida social e da família com uma rotina mais amena? 
 
A resposta é… Sim! É possível conciliar tudo isso. Não é tarefa muito fácil, mas pode ser realizada. Isso porque a simplicidade não é feita de demonstrações exteriores. Ela é um estado de espírito. Não precisamos nos vestir de trapos, nem abrir mão de uma vida normal para ser pessoas simples. A simplicidade está em viver a vida sem exigências descabidas. Quem opta pela simplicidade, descomplica o dia a dia. Muitas vezes nos perdemos em detalhes completamente desnecessários. E, com isso, tornamos insuportável a nossa vida e a dos outros.
 
[com base em texto da Redação do Momento Espírita]
 
Observe com atenção e você perceberá: fazemos exigências demais por causa de coisas mínimas, das quais nem nos lembramos depois de algum tempo. Por isso, a opção de viver com simplicidade é, antes de tudo, um jeito de agradecer ao Grande Arquiteto do Universo pelo que recebemos.
 
Simplicidade é ter sonhos. Mas, se eles não se realizam, por alguma razão, ainda assim a vida não perde a graça. Ou seja, apesar das tempestades, o contentamento permanece inabalável. Quer ser feliz? Seja simples. Experimente o prazer das coisas que estão ao seu redor. Olhe para o céu, veja as nuvens tingidas de ouro no infinito azul.
 
Ouça o som das risadas espontâneas, sinta o frescor de um copo d’água, o sabor de uma fruta, a serenidade de uma noite bem dormida, o prazer de uma caminhada. Veja a beleza de livros e canções. O Grande Arquiteto do Universo, em sua infinita sabedoria, nos concede prazeres nas coisas mais simples, portanto, só compete a nós sorver os encantos da singeleza.
 
PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE