O enterro do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de apenas 4 anos, morto terça-feira à noite no Morro do São Bento, durante uma ação desastrada da Polícia Militar, foi marcado por forte emoção e revolta dos moradores, que protestaram fortemente contra a ação da PM.
Os agentes da PM estiveram presentes no enterro de Ryan e foram confrontados por manifestantes. Um dos agentes chegou a comparar armas com livros. “É o instrumento de trabalho do policial. Professores usam livros, médicos usam bisturi e policiais usam armas”.
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Os agentes foram confrontados pelo Ouvidor da polícia, Claudio Aparecido da Silva, discutiu com agentes e questionou a necessidade da presença deles.
Violência policial absurda na baixada santista! Um menino de 4 anos foi assassinado pela PM, e a família não teve sequer a chance de viver o luto e enterrar o Ryan em paz. É inaceitável! pic.twitter.com/qTkPOVCgHR
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) November 7, 2024
O pai de Ryan, Leonel de Andrade, havia sido morto, em fevereiro deste ano, também pela Polícia Militar, durante a chamada Operação Verão. Segundo familiares, ele usava muletas e os policiais teriam confundido com armas.
Na operação em que o menino Ryan morreu, também foi morto o adolescente Gregory Ribeiro Vasconcelos, de 17 anos. A Secretaria de Segurança Pública promete apurar os fatos, mas no Morro do São Bento o clima é de revolta e os moradores clamam por Justiça.
Derrite defendeu a PM
O secretário Guilherme Derrite, da Segurança Pública, defendeu a ação dos policiais que resultou na morte de Ryan.
“Isso só aconteceu infelizmente porque os policiais foram agredidos a tiros. Não era uma operação que estava acontecendo, tem que contextualizar isso”, completou.
Segundo o secretário, nove criminosos atiraram contra os policiais. Sete policiais envolvidos na ação foram afastados das ruas.