Saúde

Disfunção erétil também pode ser sequela da Covid-19

19/08/2022
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Embora os problemas mais frequentes sejam os relacionadas ao sistema respiratório e problemas neurológicos, a impotência sexual também pode ser uma sequela da Covid-19. “Boa parte disfunções eréteis estão relacionadas a um problema de circulação, porque para o pênis ter uma boa ereção, todo o sistema vascular tem que estar íntegro”, explica o urologista Fábio Atz.

“Inicialmente, se achou que as sequelas da Covid-19 estavam relacionadas apenas a sintomas respiratórios. Mas houve uma parte hematológica muito importante. Alguns pacientes evoluem para problemas como trombose, que são alteração na coagulação”, completa.

O urologista destaca que, além de causas fisiológicas, a disfunção erétil como consequência da Covid-19 também pode ter origem emocional.

“A epidemia trouxe um transtorno psicológico muito grande para a vida das pessoas, porque mexeu no cotidiano, no comportamento delas. O confinamento leva à depressão. Impactos financeiros, a perda de parentes, risco à vida para aqueles que ficaram doentes, tudo isso afeta o lado psicológico”, completa.

Causas da disfunção erétil
O urologista explica que a disfunção erétil é resultado de uma série de fatores. “Para identificar a causa, é preciso entender o que está acontecendo com o paciente, a vida pessoal dele. Sexo é um tripé: saúde física muito boa, saúde mental muito boa e ter um bom estímulo sexual”.

Fábio Atz esclarece que, em grande parte dos casos, a impotência está relacionada a problemas vasculares. “Quando o paciente tem uma doença vascular ela é sistêmica, não é de um único órgão. Um paciente com disfunção erétil deve procurar um cardiologista. Se tem uma doença vascular no pênis provavelmente ela está ocorrendo também em outros órgãos. Ela serve de diagnóstico inicial para outras doenças”, alerta.

Isso ajuda a explicar porque a disfunção erétil é mais prevalente em homens mais velhos. “Quando o adulto começa a se aproximara da terceira idade, começam a aparecer doenças que acabam desencadeando fatores físicos, como a diabetes e a hipertensão arterial.

Impotência em jovens
O especialista esclarece que os casos de disfunção erétil em jovens, na maior parte dos casos, está relacionada a fatores emocionais. “É o garotão que está começando a vida sexual e tem um nível de ansiedade muito grande, e acaba falhando por medo de não ter um bom desempenho”, afirma, acrescentando que esta ansiedade pode acontecer em homens de todas as idades.

Fatores de risco para a disfunção erétil
Fábio Atz alerta que, como a impotência sexual está associada a problemas vasculares, fatores como tabagismo, sedentarismo e alimentação inadequada potencializam o risco de a doença se desenvolver.

Sexo e ataque cardíaco
O urologista derruba o mito de que medicamentos indicados para tratamento de disfunção erétil, como a sindenafila (Viagra) e tadalafila (Cialis), podem provocar ataques cardíacos. “Sexo também é uma atividade física, faz aumentar a frequência cardíaca e a força de contração do coração. Como para qualquer outra atividade física, tem que ter um mínimo de preparo”, alerta.

Fábio Atz acrescenta que é preciso tomar cuidado se o paciente já toma outro medicamento vasodilatador, como para quem tem angina.

“Quem fez investigação cardíaca e não tem nenhuma suspeita de infarto pode tomar com certa tranquilidade. Se tem o coração sadio, não vai enfartar”.

Assista a entrevista completa no Orlaplay