O mês de dezembro é marcado por diversas ações de conscientização ao redor do mundo. No Brasil, o Dezembro Vermelho é dedicado à luta contra o HIV/AIDS e à promoção dos direitos humanos, especialmente no que diz respeito ao combate à discriminação e ao estigma que ainda cercam as pessoas vivendo com o vírus.
A campanha, instituída oficialmente pela Lei nº 13.504/2017, o Dezembro Vermelho tem como objetivo lembrar a importância da prevenção, do diagnóstico precoce, do tratamento adequado e da garantia de direitos a todos os indivíduos afetados pelo HIV/AIDS. O simbolismo da cor vermelha, associada à luta contra o HIV, está presente em várias ações, como a iluminação de prédios públicos, distribuição de preservativos e a promoção de eventos educativos.
O HIV foi identificado pela primeira vez na década de 1980, e desde então a epidemia tem afetado milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, embora os avanços no tratamento tenham aumentado a expectativa de vida e a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV, a doença ainda apresenta desafios significativos.
Um dos principais avanços nos últimos anos foi a disponibilização do tratamento antirretroviral (TAR), que, quando iniciado de forma precoce, pode reduzir a carga viral a níveis indetectáveis, o que impede a transmissão do HIV a outras pessoas. A Terapia de Supressão Viral permite que as pessoas vivendo com HIV tenham uma vida longa e saudável, além de reduzir a transmissão vertical, ou seja, de mãe para filho.
No entanto, o acesso a esses tratamentos ainda é desigual em algumas regiões do Brasil, principalmente nas áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Além disso, ainda existem desafios quanto à adesão ao tratamento, especialmente entre populações mais vulneráveis, como jovens, homens que fazem sexo com homens (HSH) e pessoas em situação de rua.
Apesar da redução nas infecções por HIV, os casos de outras ISTs, como sífilis, clamídia e gonorreia, estão em alta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um milhão de ISTs curáveis e não virais ocorrem diariamente no mundo, principalmente em pessoas entre 15 e 49 anos. No Brasil, dados divulgados pelo Ministério da Saúde em outubro de 2023 apontaram um aumento de 23% nos casos detectados de sífilis por 100 mil habitantes.