Desentendimento entre governos de Lula e Tarcísio ameaça cronograma do túnel Santos-Guarujá

Segundo O Estado de S. Paulo, o projeto, benéfico para 40 mil motoristas na Baixada Santista, encontra impasse devido à preferência do governo federal por menos participação da iniciativa privada, enquanto o governo estadual buscava financiamento federal para sua parte na construção.

O Estado defende uma Parceria Público-Privada (PPP) com maior envolvimento da iniciativa privada, alegando que a proposta federal exigiria novo projeto executivo e licença ambiental, causando atrasos.

O aspecto técnico é apenas parte do impasse; considerações políticas também estão em jogo, conforme relatado pelo Estadão. Aliados de Tarcísio suspeitam que a União busca controlar a obra para favorecer uma possível candidatura de Geraldo Alckmin (PSB) em 2026.

O governo federal acusa a gestão Tarcísio de retardar a resposta à atualização da licença ambiental para impedir a execução da obra pela União. Desentendimentos entre o Ministério de Portos e Aeroportos também alimentam tensões entre o Republicanos e o governador.

O governo estadual, confiante em um projeto próprio, promete dificultar licenças essenciais via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), contrariando os planos federais.

A construção do túnel atende a uma demanda antiga na região, onde o trajeto atual é feito por estrada, cobrindo 43 quilômetros, ou através de uma balsa, com tempo de espera variável devido às condições climáticas e ao fluxo de veículos.

O impasse se intensificou recentemente quando o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), comunicou ao governo paulista que o acordo de parceria para a obra havia sido rompido, e a União a conduziria sozinha.