Fronteiras da Ciência

Desafios

18/03/2022
Depositphotos

Conta certa lenda que um monge, muito sábio e já idoso, se dispôs a encontrar um substituto para a administração da comunidade a que servia.

Eram muitos os seus pupilos, mas a convivência com eles deixava claro que nem todos possuíam as condições necessárias para ocupar o cargo.

No entanto, dois rostos se realçaram em sua mente, por lhe parecerem os mais preparados.

Como somente um poderia substitui-lo, ele resolveu lançar um desafio que poria a capacidade de ambos em cheque e mostraria o mais apto a sucedê-lo.

Dessa forma, convocou os dois monges e deu, a cada um, alguns grãos de feijão, que deveriam ser colocados dentro de seus sapatos, na hora de fazerem a prova.

O desafio seria subir uma grande montanha usando os sapatos com os grãos de feijão dentro.

Chegados o dia e hora marcados, teve início a prova.

Logo nos primeiros metros, um dos candidatos começou a mancar. Não foi além do meio da subida.

Seu rosto estava marcado pela dor. Ele parou e tirou os sapatos. As bolhas, em seus pés, eram imensas e sangravam.

Sentou-se à beira do caminho, reconhecendo que não teria condições de prosseguir.

Para sua surpresa, verificou que o outro concorrente sumiu de vista, andando ligeiro, montanha acima.

Quando a prova foi encerrada, todos se reuniram para aplaudir o vencedor.

Mais tarde, após colocar curativos nos próprios pés, o perdedor aproximou-se do vitorioso e lhe perguntou como conseguira fazer todo o percurso com os grãos nos sapatos.

-Ah! – elucidou ele – é que antes de colocá-los nos sapatos, eu os cozinhei.

[com base na Red. do Momento Espírita]

São variados os desafios que enfrentamos no decorrer de nossas vidas.

De um modo geral, saímos afoitos querendo resolvê-los o mais depressa possível. Quase sempre nos esquecemos de buscar, antes, uma forma de amaciarmos nossas rudes dificuldades.

Por mais difícil seja a prova que a vida nos apresente, em determinados momentos, podemos encontrar uma forma para, ao menos, amenizar a situação.

Talvez baste a disposição de conversarmos com alguém que nos possa auxiliar a ver uma solução para um fato que nos pareça impossível de ser resolvido.

Se não resolvermos as situações difíceis que nos envolvem, carregaremos nossos problemas para onde formos.

São exatamente o nosso orgulho, o nosso egoísmo ou a nossa vaidade que nos colocam traves nos olhos, impedindo-nos de ver o que pode ser uma solução.

Vamos cozinhar nosso feijão?

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete a linha editorial e ideológica do Jornal da Orla. O jornal não se responsabiliza pelas colunas publicadas neste espaço.