Santos

Curso ensina defesa pessoal a mulheres com deficiência

02/10/2023
Franciso Arrais

Gabriela Martinez

Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que que 18,6 milhões de brasileiras foram vítimas de algum tipo de agressão em 2022. Com base nessa informação, a Prefeitura de Santos estendeu o curso de defesa pessoal feminina ‘Eu me Defendo’, criado em 2019, para mulheres com deficiência física, visual e auditiva. A última edição do ocorreu neste sábado (30), na Arena Santos.

“Nós ensinamos algumas técnicas básicas para que elas tenham a oportunidade de se proteger durante uma situação de agressão ou ameaça. O que fazemos é mostrar o que se pode fazer quando se tem o treinamento correto”, afirma o professor de caratê Fábio Abreu, da Secretaria Municipal de Esportes (Semes), que conduziu o encontro. “O objetivo é conscientizá-las da importância de praticar alguma arte marcial como forma de autodefesa”.

Fabio ensina na prática maneiras de as mulheres se protegerem dos ataques considerados mais comuns no dia a dia. As alunas interagem entre si, sempre com uma delas fazendo o papel do agressor, enquanto a outra fica na posição da vítima que tentará se defender. São utilizadas técnicas de caratê, mas também referências do muay thai, judô, jiu-jítsu e taekwondo. “Procurei fazer um mix de tudo”.

São ensinadas técnicas evasivas, como saídas de diversos tipos de agarramento e imobilizações, de projeção ao solo e, ainda, as contundentes, com a utilização das armas naturais do corpo humano. Essa ação é uma iniciativa das coordenadorias de Políticas para a Mulher (Comulher) e de Defesa de Políticas para Pessoa com Deficiência (Codep), ambas ligadas à Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos (Semulher).

Roseli Madeira Fontes é cadeirante e participou da ação pela terceira vez. “Eu já faço capoeira, então é uma complementação”, disse. “Espero nunca ter que usar, mas aprendizado nunca é demais”.

Kerolaine Barbosa tem deficiência auditiva e elogiou o curso: “Vim para aprender como a mulher pode se defender. Como posso ter segurança, porque podemos ser vítimas na rua, em casa, em qualquer lugar”, afirmou, com o auxílio da intérprete que integra o workshop.

Coordenadora de Políticas para Pessoas com Deficiência da Prefeitura de Santos, Cristiane Zamari explicou que a atividade integrou o pacote de ações do Mês Oficial de Inclusão Social das Pessoas com Deficiência (setembro): “As mulheres deficientes são duplamente vulneráveis, conforme convenção da ONU (Organização das Nações Unidas). Queremos conscientizá-las de que elas também têm condições e habilidades para se defender”.