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Cresce desinteresse por noticias no mundo

17/06/2024
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Quase 40% da população mundial evita consumir notícias, seja ocasionalmente ou sempre, segundo o Relatório de Mídia Digital do Instituto Reuters, divulgado nesta segunda-feira (17). A pesquisa, realizada em 47 países, revela que 39% das pessoas adotam essa postura, representando um aumento de 3% em relação ao ano passado.

O desinteresse por notícias registrou um crescimento ainda maior em países como Alemanha, Espanha, Finlândia e Brasil. No Brasil, 47% dos entrevistados em 2024 afirmaram evitar o noticiário, um aumento de seis pontos percentuais em comparação ao ano anterior, quando esse índice era de 41%.

Na Argentina, a situação é oposta. O percentual de pessoas que evitam notícias caiu de 77% em 2017 para 45% atualmente. No Reino Unido, houve uma redução drástica desde 2015, passando a 38%.

O relatório do Instituto Reuters sugere que o desinteresse global pelas notícias atingiu níveis recordes, possivelmente influenciado pelos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. Além disso, a confiança nas notícias se manteve estável em 40% ao longo do último ano, embora tenha diminuído quatro pontos em relação ao pico durante a pandemia de COVID-19.

A pesquisa entrevistou 94.943 pessoas em 47 países, destacando que apenas 17% estão dispostas a pagar por notícias. Entre os 20 países mais ricos analisados, a Noruega (40%) e a Suécia (31%) têm os maiores percentuais de pagadores, enquanto o Japão (9%) e o Reino Unido (8%) apresentam os mais baixos. Na Itália, esse índice é de 10%.

Em alguns países, 41% dos pagadores afirmam não pagar o preço total por notícias. O relatório ressalta que atrair novos assinantes é um desafio, devido ao baixo interesse e à ampla disponibilidade de fontes gratuitas. Mais da metade (55%) dos não assinantes afirmou que não pagaria por notícias online.

O Instituto Reuters conclui que os editores talvez estejam focando excessivamente na atualização das notícias mais importantes, negligenciando histórias mais aprofundadas ou otimistas. Também aponta uma lacuna na cobertura de notícias locais, saúde e educação.