Comportamento

Confraternizações de final de ano sem conflitos

23/12/2021
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É possível conviver com quem pensa diferente ou mesmo se comporta de modo inconveniente, sem azedar a clima da festa

Confraternizações de final de ano são eventos sociais que nem sempre reúnem pessoas com afinidades. Por relações familiares ou profissionais, os participantes acabam sendo obrigados a conviver com quem pensa diferente ou mesmo se comporta de modo inconveniente. Mas como “sobreviver” nestas reuniões?

“Falar sobre confraternização de final de ano sempre dá aquele arreio na espinha, pois tem aquele pressuposto que a família pode tudo”, afirma a psicóloga Cláudia Alonso. “É preciso entender que vivemos em um mundo plural, com pessoas diferentes”, completa.

Então, o que fazer? “Devemos optar por assunto leves, evitar temas polêmicos, que sabemos que sempre haverá uma discordância. É opreciso entender que estamos ali para confraternizar, não para lutar. É preciso ir doce, não azedo, para este tipo de festa”, aconselha.

Como driblar os inconvenientes
Figura comum nas confraternizações, o “tio do pavê” (aquele que sempre solta a piada: “É pavê ou pá comê?”) pode ser enquadrado, mas sem perder a ternura. “Num mundo em que aparentemente tudo pode, inclusive ser inconveniente, a assertividade muitas vezes é vista como grosseria. Mas podemos dar limites com um tom vocal adequado, um olhar afetivo, pois afinal, amamos estas pessoas —umas mais, outra menos”, explica. “Poxa, tio! Isso não é hora de fazer essa piada”, exemplifica.

A vida está em um momento delicado e o mais importante é celebrar o fato de estarmos vivos”, argumenta.

Evitando azedar o clima da festa
Independentemente do motivo (uma discussão política, uma divergência anterior, sinceridade abastecida pelo excesso de álcool), o risco de haver um conflito em confraternizações familiares é sempre alto. “Desvie o assunto. A gente não paga de idiota por ser afetivo. Não paga mico por demonstrar que quer harmonia. Babaca é ficar insistindo na picuinha, na rixa, na briga. Isso está ligado a resiliência, tenacidade, respeito. Ser terno para poder eternizar momentos bons, tão necessários, nestes tempos de dor, perdas físicas, matérias e até da própria essência. Podemos nos dar o direito de ser um ‘babaca bom’, afetivo, dizer que ama. Vai valer muito a pena”, finaliza.