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Como vejo o mundo, considerações de Albert Einstein sobre os problemas da humanidade

20/07/2022
Divulgação

Albert Einstein, para além da genialidade científica revolucionária, tornou-se um ícone pop em seus últimos anos de vida. Até hoje Einstein é reverenciado por tudo o que fez, e suas teorias continuam se desdobrando em novas dimensões que sequer foram imaginadas pelo físico. Mais do que isso, sua fama excedeu a de qualquer outro cientista na cultura popular: “Einstein” virou um adjetivo para enaltecer alguém muito inteligente em qualquer canto do mundo.

Como vejo o mundo é um livro que traz reflexões do cientista sobre variados assuntos. O físico divaga sobre política, Estado, cultura, o combate ao fascismo, a questão judaica e, claro, sobre estudos científicos. A nota principal é a humildade, que o fez rejeitar o culto à sua própria personalidade. Outro destaque é a intransigente postura pacifista, repudiando a existência do Exército como instituição de Estado (“deveríamos fazer desaparecer o mais depressa possível esse câncer da civilização”) e colocando-se contra o armamento da população.

É interessante conferir o lado cidadão do maior cientista da história. Um livro acessível, sensível e que traz discussões bastante atuais.

Motivos para ler:
1- O alemão Einstein (1879-1955) mudou-se jovem para a Suíça e lá iniciou seus estudos. Assombrou o mundo com seus ensaios sobre relatividade especial, geral e gravitação, o que permitiu à comunidade científica vislumbrar a estrutura do universo como um todo. Na 2ª Guerra, já nos EUA, empenhou-se contra o fascismo e o uso da ciência como módulo de guerra. Foi laureado com o Prêmio Nobel em 1921. As novas gerações se debruçam nos seus gigantes ombros para seguir ainda mais longe;

2- Para Einstein, extinguir exércitos “impediria o desastre psicológico provocado pela educação militar do povo”. Opôs-se ao serviço militar obrigatório e à existência do Exército – caso o país necessite, que contrate um exército profissional. Costa Rica seguiu o conselho e extinguiu o Exército regular no país. Imagine o enorme gasto com as ociosas Forças Armadas sendo revertidos para educação e saúde do povo?;

3- As preocupações de Einstein ecoam nos dias de hoje. Vivemos uma guerra entre Rússia e Ucrânia e um verdadeiro Estado Militar no Brasil, com postos políticos de alto comando (que deveriam pertencer a civis) ocupados por militares, além das constantes bravatas contra nossa jovem democracia – por todas, a estúpida e inconstitucional tentativa militar de influenciar na apuração das eleições. Aprendamos com o passado para não comprometer o futuro.

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