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Como ter cão e gato na mesma casa?

12/09/2014
Como ter cão e gato na mesma casa? | Jornal da Orla
Frases como “parecem cão e gato” parecem evidenciar que os dois, juntos, sob o mesmo teto, não deve ser uma boa ideia – ainda mais quando sabemos que são animais totalmente diferentes em termos de aspecto, hábitos e personalidades. No entanto, na maioria das vezes, é possível obter uma ótima convivência entre os dois bichinhos, dependendo do temperamento e sexo. “O melhor a fazer é introduzir um animal de sexo oposto ao outro. Além de evitar ciúmes, o mais antigo vai aceitar com mais facilidade”, explica o veterinário Eduardo Filetti.

O primeiro contato
A aproximação deve ser feita aos poucos. O cão precisa aprender a controlar seus instintos de caça e o gato perder o medo de um dos seus principais predadores. Se existe um cão ou gato que já vive na casa, é importante fazê-lo aceitar da melhor maneira possível. “O animal que já faz parte da família há tempos deve ser manso o suficiente para aceitar o novo animalzinho. Neste caso, não se pode esquecer de continuar dando atenção ao mais velho. Animais mansos não agridem, mas sentem muito ciúmes”, explica Filetti.
Gatos e cachorros mais bravos são mais complicados de aceitar, mas não impossível. Neste caso, a dica é colocar o cobertor do gato na caminha do cão e vice-versa. Dessa forma, eles já vão se conhecendo pelo cheiro. Essa adaptação pode levar uma semana ou vários meses.Conhecendo o novo companheiro

Quando perceber que os dois estão acostumados com o cheiro, comece a soltar o novo animal. Somente quando o bichano deixar de ser novidade para o cachorro, e este estiver totalmente calmo, será permitida a aproximação do cão.
A chefe da Coordenadoria de Proteção à  Vida Animal (Codevida), Leila Abreu, possui sete gatos, três cachorros e conta que a aproximação foi feita dia a dia, com agrados e sem muita matemática. “Quando trouxe o primeiro gato, deixei preso até que meu cachorro sentisse seu cheiro. Certo dia, abri um pouco a porta para que se olhassem. Com o tempo, criei  confiança e deixava ambos juntos por meia hora. Quando era tranquilo, eu dava um ossinho ao cachorro uma latinha de atum ao gato, para entenderem que agiram corretamente. Hoje, todos vivem juntos e felizes”.
Segundo Eduardo Filleti, também é importante reservar uma área da casa na qual o animal que “chegou primeiro” se sinta completamente seguro. Neste espaço, o veterinário recomenda colocar água, comida, cama e o local das necessidades fisiológicas. “Comprar potes menores para o novato é uma das dicas para o animal adulto não se sentir desprestigiado em relação ao novo habitante”, indica.
Muita calma nessa hora!
Nunca permita que o cão assuste o gato, independentemente da intenção. O cão pego nessas situações ou em outras que intimidem o gato, como olhar fixamente para o felino, correr na direção dele ou obstruir a passagem dele, deve ser advertido com uma bronca. “Ao inibir o comportamento do cão, procure não assustar o gato. O ideal é pegar um papel ou lista telefônica e bater “perto” dele”, orienta o veterinário. É importante ter paciência, não forçar nenhuma situação e tentar adaptar sem agressividade.
Liberdade com supervisão
Quando o cão e o gato se mostrarem totalmente confortáveis na presença um do outro, use uma guia mais longa no cão. Solte o gato em ambientes cada vez maiores, sempre mantendo o cão na guia, e permaneça atento. Eles podem até já estar acostumados um com o outro, mas, como ainda se trata de uma fase inicial, é preciso ter atenção.
Cuidados com cães e gatos são bem diferentes 
Se cuidar de um animal é difícil, imagina dois. A verdade é que ter bichos de estimação é muito mais do que prover água, comida e uma casinha: é desenvolver uma relação de amor, companheirismo e garantir cuidados básicos. “Existem muitas diferenças entre cães e gatos. É importante entender que cada um precisa de um cuidado diferente. A única coisa que deve ser igual é o carinho”, explica Filetti.Alimentação
Muitos felinos têm o costume de beliscar a ração dos cães, quando ambos convivem em uma mesma casa. Mas cuidado! O principal componente para a alimentação do gato é ataurina –  aminoácido cuja deficiência pode causar alterações cardíacas e até levar o felino à cegueira. A taurina presente na ração canina não possui níveis adequados aos gatos. Já as rações para gatos têm mais gordura em sua composição, o que pode causar um desconforto no sistema digestivo dos cães. O ideal é cada animal consumir seu próprio alimento. Mas, se o dono quer balancear e dar “comida humana” para os animais, Filetti orienta que procure um especialista. “Muita gente prepara carne moída, arroz e legumes. Mas cadê o cálcio? É importante consultar um veterinário, que preparará o cardápio ideal de cada um”.

Pipi-house
Os gatos, desde filhotes, procuram locais para fazer suas necessidades onde possam enterrá-las depois. Assim, basta deixar uma caixa de areia à disposição do bichano que ele saberá reconhecer seu sanitário. Já os cães são bem mais “desprendidos” e jamais se envergonham de suas necessidades, a menos que sejam repreendidos. Se não forem ensinados, qualquer lugar está bom para eles. “A verdade é que os gatos são extremamente mais higiênicos que os cachorros. Se perceberem que o local da comida é próximo à sua caixinha de areia, ele vai deixar de comer ou fazer xixi – o que pode complicar sua saúde futuramente. Já o cachorro não liga para isso. Por isso, a dica é deixar uma certa distância entre potinho de comida e local das necessidades”, explica.

Hora da limpeza

O cachorro deve tomar banho com xampus especiais de 15 em 15 dias. No inverno, quando é mais difícil de secar completamente sua pelagem, o ideal é levá-lo a pet shops, onde será limpo por pessoas experientes. Filetti indica também que o dono tenha cuidado para não entrar água na orelha do cão. “Se o banho for dado em casa, é importante utilizar um algodão nas orelhas, para evitar infecções no ouvido”, diz. Já os gatos raramente precisam de banho, mas precisam ser escovados para evitar sofrer intoxicação com os próprios pelos. “É importante escovar os bichanos várias vezes ao dia, para quando se lamberem não engolirem tantos pelos. Esse é um dos maiores cuidados com o gato”, explica Leila Abreu.
A importância das vacinas
Existem vários vírus e bactérias capazes de causar doenças graves nos cães e gatos, algumas delas podem ser fatais por não haver tratamento específico. Conheça as vacinas e a importância delas na saúde do seu cão ou gato:Para os cães

Óctupla- Protege o cão contra de oito doenças: cinomose, parvovirose, leptospira, hepatite infeciosa, coronavírus, parainfluenza e adenovírus.
Déctupla- Cinomose, parvovirose, leptospira, hepatite infeciosa, coronavírus, parainfluenza e adenovírus, Leptospiras. L. grippotyphosa e L. Pomona.Para os gatos
Tríplice Felina- Protege o gato contra panleucopenia felina, calicivirose e  rinotraqueíte

Vacina quíntupla felina- Protege contras leucemia viral felina. Porém, não são todos os gatos que têm indicação para receber a vacina quíntupla.Portanto a vacinação dos cães e gatos é algo muito mais complexo do que simplesmente aplicar uma injeção,  e somente o médico veterinário é capaz de avaliar a condição clínica do animal e escolher o melhor protocolo vacinal.