Na noite da última terça(3), o cinema mais antigo de Santos, realizou uma festa em comemoração aos seus 90 anos, com direito a estreia do documentário Fábrica de Sonhos, dirigido por André Azenha e Wanderley Camargo, que conta a história do cinema, somada a vida do atual proprietário, Toninho Campos. A festa contou com a presença da equipe do filme, mais convidados especiais, como artistas e personalidades que contribuíram para o cinema santista. É um novo passo para o Roxy, conhecido por ser vanguarda e também tradicional, que atualmente está de cara nova, após, passar por uma reforma através de recursos da Lei Paulo Gustavo.
Regado a muita pipoca e refrigerante, a festa comemorativa, teve inicio às 19h e contou com música ao vivo, que tocou um repertório especial dos anos 80 e 90. Após a recepção, os convidados foram até a sala 5 do Cine Roxy para assistir o documentário Fábrica de Sonhos. O prestígio do público foi enorme, que ovacionou durantes alguns minutos em pé, e ao sair da sala, Toninho Campos – proprietário do Cine Roxy, do qual passou de geração, desde seu avô – contou a sensação de assistir a obra.
“Não caiu a ficha ainda, estou anestesiado. Estou muito feliz, tudo que fiz foi muito natural, as coisas fluíram para mim”, disse Toninho ao sair da sala. O proprietário disse sobre o Cine Roxy ser a sua 2º casa “É uma responsabilidade, pois não é só ter, é conservar, e para o futuro, ao infinito e além”, conclui Toninho.
A equipe estava presente, André Azenha, assessor do Roxy e também diretor do filme, contou sobre a ideia inicial do longa, “A pretensão inicial era fazer um livro, e pretendemos fazer agora, aproveitar as entrevistas do documentário, e em pouco tempo, conseguimos criar esse documentário por paixão” disse Azenha que também pretende inscrever o longa em festivais. Este é o primeiro longa de André, “Quis dar a cara a tapa, e eu queria contar essa história” conta o crítico de cinema.
Santos é conhecida por ser ainda uma cidade que gosta de ir ao cinema e que recebe diversas pré-estreias, mesmo estando fora de grandes capitais, “É um caso diferente que acontece no Brasil, isso de apoiar locais, ter pré-estreias, acontece mais em capitais e normalmente é cobrado, e por isso acho muito legal isso. São Paulo, Rio, as vezes em Recife acontece essas prés, mas Santos consegue abrir suas portas para esses eventos” contou Azenha.
Wanderley Camargo, também diretor da obra audiovisual, contou sobre conseguir resumir os 90 anos, num longa “O Roxy nesses 90 anos, abrigou muitos eventos, causas sociais e ajudou a cidade do jeito que pode e a gente precisava contar essa história. Pessoas que passam na frente do Roxy precisam entender o tamanho do cinema, o quanto essa história é importante. E o desafio foi contar essa história de uma forma que fizesse sentido, registrando os principais capítulos da existência dele”.