O mercado nacional de veículos leves estava indo bem. Os financiamentos voltando, e os volumes mensais de vendas estavam bons. Porém, é aquilo: não existe alegria que dure para sempre. No final de abril, vieram os dilúvios no Rio Grande do Sul que atingiram praticamente todo o estado.
A inundação é considerada uma das piores crises socioambientais enfrentadas pelo estado. Segundo balanço da Defesa Civil do RS, foram 476 cidades afetadas, 172 óbitos, 44 desaparecidos, quase 600 mil desalojados e mais de 2 milhões de pessoas afetadas. É lógico que isso afetaria também o mercado automotivo.
Relatório divulgado pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) sobre as vendas de veículos usados durante o mês de maio, apontou que, no mês, não foram registradas transferências feitas no Rio Grande de Sul entre os dias 07 a 26 de maio. Por motivos óbvios, né? Essa “negativa” provocou uma queda significativa de 78% no resultado do estado. Em termos nacionais, a variação por conta do resultado no Sul, ficou negativa em 8,2%. Mas, mesmo assim, as vendas no Brasil fecharam com um resultado acumulado positivo de 6,6% em relação a 2023, chegando a um total de 6.048.587 veículos comercializados no período.
Já no mercado de novos, o mês de maio registrou 12% a menos de emplacamentos em relação a abril. Seriam 8%, mas o caos no Rio Grande do Sul acentuou a queda, com 300 das 722 concessionárias gaúchas afetadas pelas chuvas segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Como podemos ver, a enchente que atingiu os nossos irmãos do Sul impacta muito mais do que somente os moradores da região. Impacta o País inteiro. Os números do mercado automotivo são só um exemplo disso. As chuvas foram uma tragédia anunciada e se medidas sérias não forem tomadas, essa tragédia vai se repetir. E se você não tem empatia com o sofrimento alheio, lembre-se: todos podemos pagar o pato. Eu fico por aqui, até a próxima!
