No dia 5 de outubro, das 7h às 14h, na Praia da Aparecida, em Santos acontecerá o Ka.Ora O festival é uma das principais celebrações da luta contra o câncer de mama no Brasil. Reunindo 14 equipes compostas exclusivamente por mulheres, o evento é dividido entre as categorias Ka.Ora, com mulheres sobreviventes do câncer de mama, e Wahine, para simpatizantes da causa. Mais do que uma competição, o evento busca celebrar a vida, a superação e a união dessas mulheres guerreiras.
Daiana, que nasceu no Rio Grande do Sul e viveu em São Paulo por alguns anos, chegou a Santos em 2015 em busca de uma vida mais próxima à natureza e ao mar. Trabalhando como analista de sistemas e levando uma vida normal, ela viu sua rotina mudar drasticamente em 2022, quando, após sentir uma dor persistente e descobrir um caroço na mama direita, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. “Foi um choque. A palavra ‘câncer’ já causa um impacto enorme, e a primeira sensação é de desespero”, relembra Daiana.
Imediatamente após o diagnóstico, Daiana foi submetida a uma cirurgia para retirada do tumor e, em seguida, iniciou o tratamento de quimioterapia, uma fase que ela descreve como um dos maiores desafios de sua vida. “A quimioterapia é extremamente agressiva. Senti minha energia se esvaindo, e, por muitos momentos, me vi sem forças”, conta. Durante esse período, Daiana estava emocionalmente abalada e, por vezes, pensava que não conseguiria recuperar o sentido de sua vida.
Foi nesse momento de vulnerabilidade que Daiana conheceu o Projeto Ka.Ora. Em uma conversa com uma amiga, ela soube da iniciativa voltada para mulheres que, assim como ela, enfrentavam o câncer de mama e encontravam na canoagem uma forma de reabilitação física e emocional. “Eu estava apagando, vivendo só em função do tratamento, e as coisas estavam perdendo o sentido. Foi quando encontrei o Ka.Ora, e minha vida voltou para mim”, relata emocionada.
No projeto, Daiana encontrou não só uma atividade esportiva que a ajudou a recuperar sua força física, mas também uma comunidade de mulheres com histórias semelhantes, que a inspiraram a lutar e a seguir em frente. “O Ka.Ora foi um divisor de águas na minha vida. A partir do momento que comecei a remar com essas mulheres, me senti acolhida, renovada e capaz de enfrentar qualquer desafio.”
Hoje, Daiana é uma das remadoras mais dedicadas do projeto e já acumula várias vitórias em competições, apesar de ainda estar em processo de recuperação durante sua primeira participação no Festival Ka.Ora. No ano passado, mesmo ainda enfrentando os efeitos do tratamento, ela aceitou o desafio de remar por uma equipe desfalcada e, desde então, não parou mais. “Eu estava debilitada, mas naquele momento, dentro da canoa, senti minha vida voltando para mim. Foi uma experiência única”, relata. Atualmente, completamente recuperada, Daiana segue remando e participando de diversas competições, incluindo o aguardado VII Festival Ka.Ora, que acontecerá no dia 5 de outubro de 2024.
Além das competições, o VII Festival Ka.Ora contará com apresentações culturais e momentos de integração entre as equipes. O formato de competição, com canoas havaianas em estilo catamarã para garantir mais estabilidade, torna o evento seguro e acessível para todas as participantes. A programação começa às 7h com o briefing das equipes, seguido da entrega das pulseiras, e a primeira bateria de provas está prevista para às 8h30.
Para mais informações basta acessar @projeto_kaora