A ação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (3) na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro indica que há cada vez mais indícios que o colocam no epicentro de investigações.
A Polícia Federal solicitou e o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a prisão preventiva do major Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e um mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente — entre os itens apreendidos, o celular particular do ex-presidente.
Em conversa em off com jornalistas da CNN, pessoas próximas ao ex-presidente revelaram surpresa com a investigação que motivou a operação — a ação foi deflagrada no âmbito do inquérito que apura adulterações e/ou falsificações em cartões de vacinação.
Estes assessores de Bolsonaro acreditavam que a Polícia Federal poderia bater à porta do ex-presidente por conta de outras investigações: a dos atos golpistas de 8 de janeiro ou mesmo o inquérito das Fake News.
Os problemas do ex-presidente com a polícia se avolumam: ele já foi intimado a prestar dois depoimentos à Polícia Federal. Um sobre o episódio das joias que entraram ilegalmente no Brasil e outro sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
Bolsonaro deve ser convidado a prestar mais um depoimento nesta quarta-feira, sobre a ação que apura a adulteração de cartões de vacina, mas não é obrigado a comparecer.
Falsificação de cartões e vacina
Na operação desta qaurta-feira (3), a Polícia Federal prendeu quatro pessoas próximas a Bolsonaro: o coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro; o policial militar Max Guilherme e o o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que atuaram na segurança presidencial; e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
Também foram determinadas busca a apreensão de objetos de 17 pessoas, entre elas o ex-presidente, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, inclusive os aparelhos celulares particulares de ambos.
Teriam sido forjados os certificados de vacinação: do hoje ex-presidente Jair Bolsonaro; da filha de Bolsonaro, Laura Bolsonaro, hoje com 12 anos; do ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, da mulher e da filha dele. Essa suposta falsificação teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória.