Por volta do segundo século, uma matrona romana perguntou ao rabino Yosef bar Chalafta: “Em quantos dias Deus criou Seu mundo?” “Em seis dias”, respondeu o rabino. “E o que ele tem feito desde então?” ela perguntou. “Deus senta e combina casais”, disse o rabino Yosef.
“Você pode achar que é fácil, mas para Deus é tão difícil quanto dividir o Mar Vermelho”, disse ele
Na cultura judaica, costumamos usar a palavra “beshert” para significar “alma gêmea”, mas a tradução literal do iídiche é “destino”. O conceito de beshert, para aqueles que acreditam nele, é muito mais do que encontrar amor por estar no lugar certo, na hora certa. É, em essência, cumprir seu destino pessoal, desempenhando assim seu papel no destino do mundo.
Quem se casará com quem está decidido no Céu muito antes de qualquer indivíduo do casal nascer. No momento da concepção, um anjo pergunta a Deus : “Com quem essa alma deve ser comparada?” e Deus dá uma resposta. Sim, mesmo antes da pessoa ser um feto, foi decidido quem seria seu beshert.
Quando o anjo pergunta com quem a pessoa deve se casar, há um monte de almas que levantam a mão e começam a gritar: “Escolha-me, escolha-me!” Quanto mais almas quiserem estar na corrida, mais encontros se terá na vida física. Quando acabamos saindo em muitos encontros antes de conhecer “aquele”, isso significa que esta alma era super popular no céu.
Outra maneira de pensar no beshert é imaginar que você está sentado à mesa da cozinha com uma cesta de maçãs e as divide ao meio. Misturamos todas as metades e tentamos encaixá-las novamente, procurando as metades que se encaixam tão perfeitamente que você nem consegue dizer que a maçã já foi dividida. Um verdadeiro casamento não é uma união de duas partes, mas uma reunião de duas metades. Assim como o primeiro ser humano era uma composição de homem e mulher, também cada alma tem sua contraparte perfeita. Quando chegamos ao mundo físico, estamos separados e agora procuramos nos reunir com a nossa outra metade.
Mendy Tal
Cientista Político e Ativista Comunitário
…
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete a linha editorial e ideológica do Jornal da Orla. O jornal não se responsabiliza pelas colunas publicadas neste espaço.