Ao longo dos últimos anos, a Baixada Santista vem se destacando como um exemplo na promoção do uso da bicicleta como meio de transporte prático, acessível e sustentável. Com cerca de 300 km de malha cicloviária, as cidades que mais avançaram nesse cenário foram Praia Grande, Guarujá e Santos.
Os 98,9 km de ciclovias e ciclofaixas fazem com que Praia Grande tenha o maior sistema cicloviário da região e uma das maiores do Brasil. Segundo Jessé Teixeira Felix, presidente da Associação Brasileira de Ciclistas, essa posição também se dá pelo conjunto da infraestrutura, iluminação e sinalização, além de um forte trabalho com os ciclistas locais.
Guarujá vem logo em seguida com 70 quilômetros de ciclovias que estão localizadas nas principais avenidas e na orla, facilitando o deslocamento dos trabalhadores e promovendo a segurança dos ciclistas.
Santos, apesar de ter a terceira maior extensão cicloviária da Baixada Santista, se destaca por sua abordagem integrada à mobilidade ciclística. Com aproximadamente 60 km de ciclovias, a cidade oferece um sistema compacto e bem estruturado. As bicicletas compartilhadas estão espalhadas por toda a cidade, facilitando o deslocamento dos moradores e turistas. “Para nós ciclistas, a cidade que mais se desenvolveu nesse sistema foi Santos. Temos um trabalho com a CET na segurança, e você pode pegar uma bicicleta em qualquer canal e parar no centro tranquilamente.” Explica o presidente da associação.
Pedala Santos
O Projeto Pedala Santos é um exemplo de iniciativa para promover o ciclismo. Em funcionamento há mais de dez anos, o projeto oferece aulas de ciclismo para crianças, pessoas com traumas e idosos. “Só no ano passado, demos 10 aulas de ciclismo e quatro pit stops, que são aulas de manutenção da bicicleta, além das orientações de segurança para o ciclismo”, explicou um o coordenador do projeto.
Desafios
Apesar dos avanços, ainda há desafios a serem superados. Jessé aponta a Avenida Nossa Senhora de Fátima, em Santos, como um dos pontos mais perigosos para ciclistas devido ao intenso tráfego de caminhões e carretas. Ele também reivindica mais segurança nessa via e a instalação de um bicicletário público, que é visto como essencial para consolidar a cidade como a principal referência em mobilidade ciclística na região.