Gabriela Martinez
A Atriz Viola Davis levou um Grammy em 2023 para casa na categoria de melhor audiolivro, ao narrar sua própria biografia “Em busca de mim”. A consagrada Maryl Streep alugou sua voz emblemática “Tom Lake”, de Ann Patchet, e “Amor é fogo” de Nora Ephron. Já o Mattthew McConaughey, que não teve lá uma boa venda na sua biografia em livro físico, conseguiu alavancar as vendas por meio de sua voz a narrando no livro.
Nos Estados Unidos, o mercado de audiolivros é extremamente consolidado e serve de iniciativa para o Brasil, onde a prática cresce cada vez mais em 2024.
De acordo com a presidente da Câmara Brasileira do Livro, a Sevani Matos, cerca de 13 mil títulos digitais çançados no ano de 2022, 12% deles eram audiolivros. Apesar de ser uma conquista um tanto pequena, não deixa de ser uma enorme vitória!
“Com esse aumento de oferta, nós conseguimos despertar o interesse para novos formatos. O livro físico sempre vai existir, mas você tem a opção do formato de e-book e de audiobook.”
Não é novidade para ninguém livros serem narrados por grandes celebridades. Muita gente gosta e se recorda do locutor Cid Moreira lendo alguns trechos da bíblia ou da tão querida Ana Maria Braga narrando “O Segredo”. Talvez você não faça ideia, mas é algo não muito difícil de explicar: Vozes conhecidas e amadas pelo público (ou não) gravam narrações de livros que acabam se tornando CDs e áudios de streaming.
“Tivemos iniciativas frágeis nos anos 1980, 1990 e 2000, porque não tinha como viabilizar a operação comercialmente e não se tinha o hábito do leitor-ouvinte“, contextualiza Cassiano Elek Machado, diretor editorial do Grupo Editorial Record.
Com as plataformas de streaming, tudo fica mais prático, pois o pessoal já está habituado a ouvir conteúdos narrativos, como podcasts, enquanto outras atividades estão sendo realizadas.
Desde 2018, existem ferramentas mais elaboradas para que são focadas no audiolivro e formaram a primeira onda para o desenvolvimento do mercado dos audiolivros por aqui. Aplicativos como Ubook, Storytel, Skeelo e Tocalivros que oferecem títulos em áudio.
“São empresas grandes com o poder de fazer divulgação do formato, que é onde temos dificuldade”, comenta Marina, da Companhia das Letras. “Temos muitos não-leitores, o brasileiro é consumidor de podcast e as plataformas já estão no nosso bolso. É um mercado que tem muito potencial.”
Além do audiolivro ser uma ferramenta muito acessível ás pessoas com alguma deficiência visual, o acervo de leitura dessa pessoa aumenta cada vez mais e ainda mais gente tem a oportunidade de entrar no mundo da literatura.