A coluna desta semana homenageia e reverencia a afinadíssima cantora Astrud Gilberto, artista baiana que nos deixou no último dia 5 de junho nos Estados Unidos, onde vivia reclusa há muito tempo. Foi a cantora brasileira que mais vendeu discos, fez muito sucesso e fama no exterior e infelizmente, é quase anônima aqui no Brasil.
Ela chegou na cidade do Rio de Janeiro com apenas 8 anos de idade e na adolescência morou na Avenida Atlântica em Copacabana e se tornou muito amiga de Nara Leão e também frequentava as famosas reuniões musicais que aconteciam no icônico apartamento dela com a turma da Bossa Nova.
Astrud com apenas 20 anos de idade se casou com o também cantor, violonista e compositor baiano João Gilberto e em 1963 foi morar com ele nos Estados Unidos.
Neste mesmo ano de 1963, com apenas 22 anos de idade, ela teve uma estreia de forma casual e marcante, pois participou das gravações do disco Getz/Gilberto lançado pela gravadora Verve, que reuniu o saxofonista de Jazz, Stan Getz, o principal propagandista da Bossa Nova nos Estados Unidos na época, com o violonista e cantor João Gilberto, contando com as participações muito especiais do pianista Tom Jobim, Tião Neto no contrabaixo e Milton Banana na bateria.
E no momento da gravação, diz a lenda, Astrud que estava num canto do estúdio acompanhando as gravações, foi convidada para cantar em inglês e sua participação divina em “The Girl From Ipanema” abrindo o lado A e em “Corcovado” abrindo o lado B, foram suficientes para transformar a sua vida e com estas lindas gravações, capazes de inspirar a vida de todos nós. Foram 8 músicas gravadas no total.
Assim aconteceu, quase por acaso, a estreia profissional da cantora Astrud Gilberto, que havia cantado em público apenas uma única vez ao lado do futuro marido, João Gilberto no histórico show da Bossa Nova, “Noite do Amor, do Sorriso e da Flor” em 1960 no anfiteatro da Faculdade de Arquitetura da UFRJ.
O disco “Getz/Gilberto” também foi vencedor de 3 prêmios Grammy – “Best Album Of The Year”, “Best Jazz Instrumental Album” e “Best Engineered Album”, desbancando nomes de peso da música. E o single com 2 músicas foi eleito o Disco do ano no Grammy de 1965.
Astrud e João Gilberto se separaram no final de 1964 e ela continuou na música fazendo várias turnês ao lado do saxofonista Stan Getz e depois disso continuou na carreira de cantora e gravou vários discos importantes nos Estados Unidos.
Astrud vivia reclusa nos Estados Unidos e sempre foi muito arredia a mídia e a imprensa e a última vez que entrou em estúdio foi com o cantor George Michael, com quem gravou “Desafinado” em Londres no ano de 1996.
Seja na Bossa Nova ou no Jazz, Astrud Gilberto é uma verdadeira referência do Brasil que deu certo através da música. Seu jeito de cantar é único e sublime. Nossa eterna reverência! Até breve querida Astrud Gilberto! A voz da Bossa Nova!
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